O estaleiro paranaense Triton Yachts fechou parceria comercial para vender embarcações de luxo nos Estados Unidos. A fábrica de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, acertou no início do ano parceria com a revendedora Blueride Marine LLC Group, de Miami, no estado americano da Flórida.
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A empresa também está para fechar acordo com uma revendedora da Turquia na expansão das exportações dos barcos [ler mais abaixo]. A indústria fabrica de 10 a 12 embarcações de luxo por mês, todos sob encomenda.
O primeiro pedido da revendedora americana foi de cinco lanchas de luxo que custam entre R$ 600 mil e R$ 2 milhões de modelos que variam de 30 a 40 pés. As duas primeiras unidades foram entregues em outubro. As outras três serão enviadas para Miami até março. Além disso, a Triton Yachts já fechou um segundo pedido com a mesma revendedora de mais cinco embarcações para 2023.
"Já vendemos barco diretamente para um cliente dos Estados Unidos. Mas essa é a primeira operação comercial que fazemos no mercado americano", explica o diretor de marketing da Triton Yachts, Allan Picheth Cechelero. "Essa parceria comercial abre para a empresa o mercado americano, que é extremamente competitivo. É como um selo que comprova nossa qualidade de atender um mercado muito exigente", completa o diretor de marketing.
A negociação foi aberta no início desse ano, quando representantes da Blueride Marine vieram ao Brasil. Com os estaleiros americanos sem conseguir dar conta da alta demanda do mercado interno, a revendedora buscou fornecedores de fora dos Estados Unidos. "Eles pesquisaram vários estaleiros no Brasil e fomos os vencedores da concessão", explica Cechelero.
Adaptações para o mercado americano
Para atender o mercado americano, a Triton Yachts teve de fazer adaptações tanto na linha de produção, quanto em questões burocráticas. A começar pelos próprios nomes comerciais das embarcações.
Como já existe nos Estados Unidos uma marca de barcos pesqueiros chamada Triton, os modelos exportados pela indústria paranaense foram rebatizados de Hanover.
Na parte técnica, a principal alteração é em relação ao motor das embarcações. As primeiras unidades negociadas foram com motores centro-rabeta, o mais usado no Brasil, em que o motor é acoplado ao casco. Porém, o mercado americano usa o motor de popa, que fica do lado de fora do casco da embarcação. A segunda leva de cinco iates que será enviada pela Triton para os Estados Unidos já será toda de motor de popa.
Outra adaptação na linha de produção foi nos acessórios. Toda a parte eletrônica das embarcações, o que inclui rádio, ar-condicionado, GPS, gerador de energia, bateria, etc, teve que ser montada com marcas importadas que têm garantia nos Estados Unidos. "No Brasil, por exemplo, temos um bom fornecedor de gerador que usamos nas nossas embarcações. Mas tivemos que buscar acessórios importados para atender a obrigatoriedade de garantia do mercado americano", explica o diretor de marketing da Triton.
Segundo Cechelero, essas adaptações encareceram em cerca de 20% a produção das embarcações. Mesmo assim, enfatiza o diretor de marketing, valeu a pena, já que a Triton pretende expandir a operação nos Estados Unidos para mais revendedoras. "O mercado dos Estados Unidos é gigante. Por isso nossa ideia é não só consolidar a parceria com a Blueride Marine, com uma programação anual de entrega, mas também estender parcerias com mais pontos de venda nos Estados Unidos", revela o diretor de marketing.
Mais exportações
A Triton Yachts já destina cerca de 20% de sua produção para o mercado externo. Os barcos vão principalmente para países da América do Sul, além de Espanha, Itália e Turquias. Porém são pedidos feitos diretamente pelo consumidor.
Além de consolidar a venda de iates em revendas americanas, a Triton está para fechar acordo com uma revendedora da Turquia nos mesmo moldes da empresa de Miami. "Vamos enviar ainda esse ano uma embarcação para a revenda turca. Se a aceitação for boa, vamos voltar a conversar", explica Cechenello.
A Trianon Yachts está no mercado há 38 anos. Mas se consolidou como estaleiro nos últimos 30 anos. Antes, a empresa se dedicava à fabricação de buggys, cuja matéria prima é a mesma dos iates, a fibra de vidro.
A empresa, que tem 120 colaboradores, começou produzindo barcos de pesca. Na sequência evoluiu para caiaques até chegar aos barcos de lazer. Há 25 anos a Triton se dedica à fabricação de embarcações de luxo.
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