Um dos workshops realizados no evento na edição de 2017. (Foto: Divulgação)
A lista completa de cursos, com horários, está disponível no site da feira. (http://www.quiltshow.com.br/curitiba/cursos/)
E para mostrar até onde é possível chegar trabalhando com artesanato, o evento terá uma Mostra Internacional de Arte, reunindo obras de artistas renomadas mundialmente, como a belga Marie Suarez, referência em bordados; e as brasileiras Marina Landi, premiada internacionalmente como uma das melhores artistas quilt do mundo, Aridane Cordeiro, estilista de moda em patchwork, e Dani Dalledone, pioneira na arte dos amigurumis no país.
A formalização do “bico” é caminho natural no empreendedorismo
Um mapeamento da indústria criativa no Brasil, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), apontou que este setor gerou uma riqueza de R$ 155,6 bilhões para o país em 2015, representando 2,64% do PIB nacional, e empregando mais de 851 mil profissionais naquele ano. “Mesmo assim, existem muitos profissionais na informalidade, então os números podem ser ainda maiores”, avalia Aoki.
Muitos artesãos estão dentro de uma “economia invisível”, formada por pequenos núcleos em comunidades. Porém, neste novo momento da economia criativa, este perfil está mudando, uma vez que brasileiros têm migrado para este setor com uma bagagem de outras profissões. “Quem já tinha outra profissão e exercia o artesanato como um hobby, e já possui conhecimentos de como organizar e gerenciar uma empresa, acaba tendo mais facilidade nesta transição”, diz Aoki.
Ela mesmo é um exemplo de como a formalização ajuda a alavancar os negócios. Mãe de dois, ela passou a trabalhar em casa quando os filhos nasceram e viu na Feira do Largo da Ordem, em Curitiba, uma oportunidade de começar a expor suas criações em patchwork, onde manteve uma barraca por 17 anos, até 2010. “Produzia durante a semana, no meu tempo livre, e aos domingos meu marido ficava com as crianças para eu expor”, lembra.
A formalização veio só em 2006, quando ela começou a participar de eventos do setor em outros estados. “Passei a ter acesso à compra de material com menor preço e a vender para empresas maiores, porque comecei a emitir nota. Você passa a existir”, diz.
Sua trajetória ajuda a contar um pouquinho da evolução do setor nos últimos anos: quando começou a participar da Feira do Largo, Emília era a única artesã de sua área, que inclui patchwork, bordado, tricô, crochê e pintura. Atualmente, a feira conta com 89 barracas de artistas expondo suas produções. “É um recorte do que é a nossa área, cada vez mais pessoas estão investindo na arte manual e buscando espaço de venda, seja no comércio, em feiras, eventos ou pela internet”, conclui.