A Stellantis, grupo automotivo franco-ítalo-americano detentor das marcas Fiat, Jeep, Pegeut, Citroën, Alfa Romeo, Chrysler, entre outras, vai encerrar a produção de motores na fábrica de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. A informação foi confirmada pela multinacional à coluna Paraná S/A.
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Em nota, o grupo afirma que propôs a transferência dos 214 trabalhadores para outra unidades no Brasil. A Stellanis também se propõe a auxiliar na transição dos colaboradores que queiram buscar vaga de trabalho em outras empresas de Campo Largo ou da região. "A partir de hoje, todo apoio individual será fornecido pela empresa", afirma o grupo em nota.
A Stellanis afirma que o fim da produção de motores em Campo Largo faz parte do plano estratégico de neutralizar globalmente suas emissões de carbono até 2038. "Dentro das medidas que visam acelerar a redução de 50% em emissões de carbono já em 2030, o grupo decidiu concentrar a produção em motores mais modernos, que além de atenderem às novas e futuras regulamentações, oferecem ao consumidor os mais altos níveis de tecnologia, economia, performance e eficiência, em linha com a tendência global de downsizing ", diz a nota.
O prefeito de Campo Largo, Maurício Rivabem, foi informado do fim da produção segunda-feira (31). Ele já comunicou o governador Carlos Massa Ratinho Jr para que juntos o poder municipal e estadual iniciem a busca por uma nova empresa que ocupe a fábrica de motores.
Negociação com sindicato
O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos Chassis e Motores de Campo Largo (Sindimovec) iniciou ainda na segunda-feira (31) a negociação sobre a situação dos funcionários da fábrica. O objetivo é manter o máximo possível de gente na empresa com a transferência para outras unidades da Stelanttis no Brasil, como a fábrica de Betim (MG) ou de Goiana (PE).
"Temos até 30 de novembro para fazer essa negociação da melhor forma possível para os 214 colaboradores da empresa. Dia 8 de novembro teremos mais uma reunião com a diretoria da empresa", afirma o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso.
Segundo o dirigente sindical, o fim da produção da fábrica de motores já era esperada nos últimos anos pelo quadro do setor, que vem dando opção por motores a combustão mais robustos, além da meta da indústria automotiva de buscar a redução da emissão de poluentes a partir de motores elétricos.
"Os funcionários tinham noção que o fim da produção em Campo Largo chegaria, só não imaginavam quando. Os trabalhadores viam que os motores estão evoluindo mas não houve investimento nesse sentido para a planta se atualizar", completa Carlesso.
Há pouco menos de um ano, a Stellantis chegou a anunciar que a unidade de Campo Largo seria um dos principais centros de exportação de motores da marca. Isso porque as fábricas europeias já estavam migrando para os motores elétricos. Dessa forma, a planta paranaense atenderia a demanda por motores a combustão de outros países.
A fábrica de motores de Campo Largo foi adquirida em 2008 pela Fiat Powertrain Technologies (fabricante de motores da marca italiana) por R$ 250 milhões. Antes, a fábrica era sede da Tritec Motors, fabricante de motores da Chrysler, que encerrou a produção no Paraná em 2007.
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