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A fábrica paranaense de papéis Mili conseguiu resultados expressivos no primeiro trimestre de 2022. O volume de vendas superou todas as expectativas dos executivos da indústria, 20% superior ao registrado no mesmo período no ano passado. Ao mesmo tempo, o mercado nacional de papéis tissue – voltados às linhas de cuidados pessoais como papéis higiênicos, guardanapos e toalhas de papel – registrou crescimento de 13% nos três primeiros meses do ano em comparação com o primeiro trimestre de 2021.
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De acordo com a gerente de marketing e trade da Mili, Renata Maciel, os bons resultados são frutos dos investimentos feitos pela marca. Em entrevista à Gazeta do Povo, a gerente deu mais detalhes sobre os mais de R$ 100 milhões investidos em equipamentos, ampliação dos parques industriais, ações de rebranding das embalagens e do aprimoramento dos produtos.
“A Mili fez uma reformulação em seu portfólio. Há alguns anos nós começamos a trazer produtos premium para a marca, como o papel higiênico folha tripla. Ao mesmo tempo, começamos a retrabalhar a imagem da Mili, criamos uma nova mascote, compramos maquinários novos. Foi uma sequência de ações da qual agora estamos colhendo os frutos. E esse grande crescimento em março nos mostrou que os top 300 clientes que nós atendemos aumentaram a compra do nosso mix. Ou seja, quem antes só comprava a linha de papel higiênico hoje compra fraldas, absorventes e guardanapos de papel, por exemplo”, citou a gerente.
Segundo Renata, os três primeiros meses do ano são, costumeiramente, os de menor faturamento para alguns setores da indústria, entre eles o de papéis tissue. Isso se dá, segundo a executiva, pela agressividade das ações de vendas tomadas nos meses de novembro e dezembro. Nesse período, a indústria cria condições especiais para promover um superestoque de produtos aos clientes, que começam o ano seguinte em ritmo lento nas compras.
“Nós acreditávamos que o primeiro trimestre de 2022 viria mais devagar, justamente por esses nossos clientes estarem até bem supridos nos estoques dos nossos produtos. Nós não tomamos nenhuma ação, nenhuma atitude diferenciada, nenhum movimento agressivo de investimento neste início de ano, para que pudéssemos sentir o mercado. Para a nossa surpresa positiva, janeiro foi um mês bom, fevereiro foi melhor e março nos surpreendeu a todos. Nós batemos todos os nossos recordes para este mês em nossa história, até mesmo comparando com março de 2020, no início da pandemia, quando a procura por papel higiênico foi tão alta a ponto de alguns supermercados limitarem a compra a poucas unidades por cliente”, apontou.
Para fabricar os produtos da linha premium, a Mili conta com um equipamento que garante, durante o processo de fabricação, mais maciez e capacidade de absorção superior. Isso permitiu que a marca entrasse no mercado com produtos diferenciados, voltados a um público que antes não era o foco da empresa. “Nosso foco é oferecer várias linhas de produto, desde os de entrada até os premium, com maior valor agregado”, explicou a gerente.
Rebranding na linha de absorventes íntimos deu bons resultados
Uma dessas ações, explicou Renata, foi reposicionar a linha de absorventes íntimos. “Um grande cliente nosso aqui de Curitiba ainda não tinha nossos absorventes. Nós reformulamos nossas embalagens, um processo chamado rebranding. Nós entramos com esse cliente em 18 de março, e até o dia 31 daquele mês nós já tínhamos vendido duas vezes mais do que os principais concorrentes desse mercado de absorventes”, comemorou a gerente.
Entre as ações que devem ser impulsionadas nos próximos meses do ano pela Mili é expandir a presença da marca em mercados importantes como Rio de Janeiro e São Paulo. A marca já é bem presente nos três estados do sul do país, e conta também com uma unidade fabril em Maceió. Por lá, a indústria trabalha com uma abordagem diferenciada de produção como forma de garantir a qualidade dos produtos ao mesmo tempo em que mantém um preço competitivo em relação aos produtos locais.
“Lá em Alagoas nós temos uma convertedora de papel. Nós colocamos as bobinas de 3,5 toneladas nos caminhões aqui no Sul e mandamos para a unidade fabril de lá, onde esse papel é fracionado, cortado e acondicionado nas embalagens para só então seguir para os pontos de venda. E por que fazemos isso? O frete para os produtos finais ficaria muito mais caro no volume em comparação com as bobinas de papel. Isso nos permite trabalhar com a mesma qualidade de produto com um preço mais barato para o consumidor final, já que não é preciso repassar um valor de frete maior para essas linhas de entrada”, explicou.
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Meta da Mili inclui ampliação de clientes
Hoje a carteira de clientes da indústria é de aproximadamente 14 mil empresas. Nas contas de Renata, isso representa cerca de 49 mil pontos de venda. A meta para os próximos anos é aumentar esses números de maneira expressiva, e oferecer mix variados dentre os cerca de 130 produtos fabricados no Paraná e em Santa Catarina a cada um desses novos clientes.
“Hoje nós temos uma extensa gama de produtos, uma linha de papéis higiênicos de folha simples, folha dupla e folha tripla. Isso nos permite estar tanto nos mercadinhos de bairro quanto nos supermercados em áreas nobres das cidades. Estamos bem presentes em redes regionais de supermercados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Agora vamos buscar novos checkouts nacionais, como as redes Assaí, Atacadão, Sam's Club. São várias frentes, várias ações que a Mili tem tomado, e que agora estão rendendo frutos. A Mili, dentro do segmento de papel tissue, é a única 100% brasileira e com investimentos 100% brasileiros. E é daqui do Paraná, aqui de Curitiba, aqui do Tatuquara”, completou.