A Fiasul, maior fiação do Paraná, com sede em Toledo, no Oeste do estado, anunciou investimento de R$ 70 milhões para a construção de uma unidade flex para a produção de fios de diferentes fibras (algodão, poliéster, viscose e fios mistos). A novidade muda o perfil da empresa, fundada há 27 anos e que até hoje trabalhou exclusivamente com fio de algodão.
A nova unidade começa a ser construída em junho e estará pronta dentro de um ano. Serão 5 mil metros quadrados totalmente estruturados para trabalhar com as diferentes fibras sem que uma contamine a outra. Cem novos empregos diretos serão gerados e a produção será ampliada em 500 toneladas por mês. Hoje, a Fiasul tem área de 32 mil metros, emprega 770 trabalhadores e produz 1600 toneladas de fios mensalmente.
No último ano a empresa já investiu R$ 16 milhões em máquinas, substituindo as antigas por novas, mais modernas e mais produtivas. “Estamos buscando maior competitividade. A companhia vem crescendo, buscando mais mercado e a pandemia nos favoreceu”, conta Augusto Sperotto, um dos fundadores da empresa e hoje presidente do Conselho de Administração.
Segundo ele, o setor, que sempre sofreu com a concorrência dos importados, acabou se beneficiando com nova situação do mercado. “Com o dólar alto, os grandes magazines passaram a ter dificuldades em importar e recorreram ao mercado interno, o que aqueceu nossas vendas”, diz. O empresário sabe que a situação pode não se manter assim, mas aproveita o momento para ganhar competitividade.
“O dólar já está baixando e o mercado pode desacelerar, mas com os investimentos que estamos fazendo vamos crescer e deixar a empresa mais preparada para enfrentar a concorrência”, destaca. Ele observa que a indústria vai ganhar em escala e na flexibilidade, podendo optar por qual fibra processar de acordo com as condições do mercado.
“Há momentos em que a fibra sintética é mais vantajosa que o algodão e o contrário também acontece”, observa. “Além disso, nossos clientes também demandam fios de fibras diferenciadas e mistos, o que vamos conseguir atender com a nova unidade”, pontua.
O CEO da indústria e também um dos fundadores, Rainer Zielasko, informa que uma parte dos R$ 70 milhões que serão investidos na nova fábrica virá de recursos próprios e outra parte será buscada no mercado. “Na compra de máquinas, contamos com financiamento direto de bancos da Alemanha, de onde importamos, e também do Finame, linha de crédito do BNDES que financia a aquisição de máquinas e equipamentos”, explica.
A Fiasul compra algodão do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e produz o fio que abastece as malharias e tecelagens, especialmente de Santa Catarina, mas vende também para o norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e alguns países da América do Sul.
A indústria nasceu em 1994, com a aquisição das instalações da cooperativa Coopagro, que entrou em liquidação. Começou com 200 funcionários e a produção de 200 toneladas de fios por mês. Em 2014, um incêndio destruiu totalmente uma das linhas de produção, que só foi recuperada em 2016. Hoje, a Fiasul é líder no Paraná na produção de fios e está entre as 15 maiores fiações do Brasil.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast