Luciane Belin, especial para a Gazeta do Povo
Quem acompanha os resultados do ranking de Melhores Empresas para Trabalhar no Paraná e no Brasil do Instituto Great Place to Work (GPTW) já percebeu que a Apetit é um dos nomes recorrentes há vários anos. Exatamente uma década, no caso da lista estadual, e 9 anos, na nacional. Em 2018, mais uma vez, a empresa que nasceu em Londrina está entre as melhores para se trabalhar em todo o Brasil e é a terceira colocada entre as Grandes Empresas no ranking paranaense.
Fundada em 1989, a Apetit se prepara para comemorar duas décadas de existência com quase dois mil funcionários espalhados pelos 180 restaurantes que a companhia comanda em 11 estados do país. Parte do grupo Dela Foods, a Apetit se especializou em restaurantes para refeições coletivas em empresas e, segundo sua gerente de estratégia, Pamela Manfrin, se especializou também em garantir a satisfação do colaborador. “Somos uma prestadora de serviços, que são contratados por pessoas. Se os colaboradores estão bem cuidados, a expectativa é que eles também cuidem bem dos clientes”, ressalta.
Como garantir uma padronização de atendimento – e deste cuidado de que fala a gerente de estratégia – quando se trabalha com milhares de pessoas em diferentes contextos, cidades e estados? Para isso, a aposta da Apetit é reproduzir este padrão de atendimento e de gestão de pessoas em todas as filiais e garantir uma comunicação eficiente entre os diferentes endereços da empresa.
“Levar essa cultura como uma comunicação eficiente para a ponta é nossa estratégia para garantir integração das políticas da empresa com os clientes. Não tem como manter um colaborador satisfeito, saudável, se ele não tiver uma boa qualidade de vida, se não estiver satisfeito enquanto está aqui. Então nosso foco é no bem-estar físico e emocional do colaborador”, explica Manfrin.
Para receber a diversidade de braços abertos, olhar para cada trabalhador como indivíduo e abraçar a comunidade e seu entorno, a empresa tem uma série de programas de inclusão e incentivo, bem como um plano de carreiras, voltados inclusive para seus trabalhadores com deficiências e síndrome de Down.
Gestão de oportunidades
A oportunidade de crescer e se desenvolver dentro da companhia foi apontada como o principal critério por 42% dos colaboradores da Apetit para permanecerem no local, seguida do fato de que a mesma proporciona equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, na avaliação de outros 33%.
Para a gerente de estratégia da empresa, ambos os critérios caminham juntos com a remuneração justa na construção de uma gestão de pessoas saudável e sustentável. Segundo ela, a média de tempo de casa na Apetit é de sete anos para cargos de liderança e de três anos e meio para as equipes de base. “Temos um programa muito parecido com o que diz a legislação do segmento, todos os cargos têm nomes específicos, os colaboradores entram, passam por um processo de capacitação e de aprendizagem para evoluírem na empresa. Todos os anos, em torno de 30% do nosso quadro tem algum tipo de promoção, as pessoas podem crescer com a gente”, diz Manfrin.
No quesito remuneração, ela destaca que, para cada R$1 em benefícios legais que a legislação determina, a Apetit acrescenta R$1,50 de benefícios espontâneos para os colaboradores, não previstos em legislação. “Todos recebem no mínimo duas refeições no ambiente de trabalho, nosso plano de saúde não é só o básico de enfermaria, mas tem também assistência para gestantes e apoio psicológico. Isso faz parte de um programa que abrange todo o conceito de saúde física e emocional, com programas específicos para gestantes, como o Mamãe Apetit”, afirma Manfrin, referindo-se a uma ação que promove orientação a gestantes, com fornecimento de informações sobre as diferentes fases da gravidez e entrega de kits para recém-nascidos.
Formada por um quadro de colaboradores no qual 90% são mulheres, ela reforça que ter programas específicos para elas – e que também se estendem às esposas da parcela masculina do quadro – está no topo da pirâmide de prioridades da companhia. Nos cargos mais altos da empresa elas também são maioria.
Inclusão e ensino
Além do Instituto Apetit de Educação, que coordena programas como o próprio Mamãe Apetit, a empresa também criou uma universidade corporativa, que oferece quatro horas por mês de capacitação a todos os funcionários. “Cada colaborador da equipe do operacional recebe registros dos treinamentos em uma carteira de capacitação, em que todos os treinamentos são registrados. Quando sai da companhia, ele pode levar a carteira de capacitação para comprovar os treinamentos que fez”, explica Manfrin.
Segundo ela, as ações de ensino e capacitação também são voltadas para as pessoas com necessidades especiais – tanto as que trabalham na empresa, quanto as da comunidade no entorno da matriz e de alguns dos restaurantes da Apetit. “Temos um trabalho bem legal neste sentido, se chama Gastronomia Especial, em que trazemos pessoas com Síndrome de Down e alguns tipos de deficiência mental da comunidade no entorno da matriz em Londrina e os colaboradores da equipe capacitam os jovens portadores de necessidade especial para serem inseridos no mercado ou contribuir com a rotina de casa, para que se sintam empoderados e aptos”, explica.
Dentro da empresa, essas pessoas também encontram espaço: por meio do programa Integrar, a Apetit desenvolveu uma metodologia específica de integrar pessoas com deficiências na companhia por meio de capacitação e promovendo condições seguras de trabalho. “Temos o exemplo do André, que tem Síndrome de Down e trabalha com a gente já há dez anos. Ele foi promovido três vezes, trabalhava em um setor, foi promovido para outro e hoje seu cargo é o de Padrinho do Bem-Estar. Ele é responsável pelo bem-estar dos colaboradores, recepciona os convidados e tem seu próprio cartão executivo”.
Para a gerente, ter o foco nas pessoas é muito mais do que uma obrigação. “Cuidar das pessoas é muito mais do que um dever, é uma estratégia também. Se nós cuidamos dos colaboradores, eles cuidam da imagem da companhia, cuidam do nosso cliente. Faz sentido cuidar das pessoas”.
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