Tornar-se a plataforma de ensino à distância (EAD) número um na América Latina. É com esse objetivo que a empresa curitibana EADBox está unindo suas operações com a carioca Edools. As duas eram concorrentes diretas, na briga pelas vendas de tecnologia aplicada ao setor de educação. Agora, juntam forças para abocanhar uma fatia maior desse mercado.
A fusão foi anunciada oficialmente no final de maio e amplia a presença da nova plataforma - batizada de HeroSpark - para 20 países. Ao todo, as companhias informam que com a fusão, atingiram a marca de 1,6 mil clientes e mais de 6,5 milhões de alunos ativos.
Com o mote de alimentar “as faíscas que todo empreendedor digital possui”, a HeroSpark quer atingir profissionais que querem ofertar cursos online, mas não possuem uma plataforma de EAD para incluir o seu conteúdo. De quebra, a empresa também quer oferecer uma espécie de consultoria a esses profissionais, ensinando técnicas de planejamento de aulas, didática e outros recursos pedagógicos.
“A nossa meta é até 2020 ser o maior player da América Latina, no mercado EAD, atingindo cerca de 25 milhões de pessoas até lá”, revelou um dos idealizadores da EADBox, o CEO Nilson Filatieri, referindo-se a liderança que almejam.
“As duas empresas, antes de se juntarem, atendiam principalmente pequenas escolas e profissionais que já tinham um curso presencial e precisavam migrar para o online”, explica o CEO.
“Mas ao mirar nesse público, a gente deixava um enorme potencial de crescimento para trás, que é ajudar qualquer empreendedor a criar um negócio digital. Profissionais que tem expertise para repassar e querem transformar esse conhecimento em um produto online”, explica Nilson.
De acordo com o empresário, somente no Brasil, o público com esse perfil é de quase quatro milhões de pessoas.
Para concretizar a união, a operação da Edools foi transferida para Curitiba, num escritório que atualmente emprega cerca de 160 funcionários e está contratando mais.
Em entrevista ao Paraná S/A, Filatieri detalhou os planos para a nova empresa.
Por que fazer uma fusão com sua principal concorrente?
Chega um momento em que as empresas precisam se preparar para dar um passo maior e amadurecer suas operações. A maioria das empresas nesse estágio opta por oferecer um pedaço a investidores. Nós optamos por esse caminho menos óbvio por uma série de razões. Além da sinergia das duas empresas, não só nas operações como também financeiramente, tínhamos duas estruturas maduras funcionando e que podiam se complementar. Um bom exemplo disso é o fato de percebemos que as duas empresas praticavam uma política de descontos muito agressiva e não era preciso mais.
Apesar de ter uma raiz curitibana, a HeroSpark quer atingir um mercado global. Como isso impacta a economia do nosso estado?
Primeiramente a fusão vai nos possibilitar crescer mais rápido e com um impacto maior, mas a nossa intenção é continuar aqui, crescer e investir na cidade. Com crise ou sem crise, as empresas de tecnologia sempre estão crescendo e contratando. Nos últimos quatro anos, por exemplo, a EADBox veio dobrando seu faturamento ano a ano e abrindo vagas. É muito estratégico para uma cidade, ter empresas de tecnologia do porte da nossa, porque são empresas que contratam muita mão de obra qualificada, atraem pessoas de fora para que venham a Curitiba, mantendo a economia girando.
Apesar ter se unido a sua principal concorrente no Brasil, vocês ainda tem de lidar com concorrência internacional de gigantes EAD como Udemy, por exemplo.
Como esse é um mercado novo e complexo temos empresas que se confundem no mesmo espaço, como concorrentes ou substitutos. O Udemy é um modelo substituto, sem dúvidas, mas a nossa operação comercial é diferente. O Udemy é um guarda-chuva onde concentra o catálogo de cursos e professores, como um supermercado, inclusive dominando a transação comercial entre as partes.
O HeroSpark possibilita que os autores e produtores de conteúdo tenham seu próprio site, sua marca, de maneira mais profissional, sem agregar o conteúdo em nosso domínio. Então nossa concorrência com essas plataformas é mais pelos autores e professores, que queiram lançar um negócio digital.
Mas o seu público-alvo também é constituído por empresas que precisam de uma plataforma para oferecer treinamentos a seus funcionários.
Sim. Essa é uma demanda que veio até nós espontaneamente nos últimos anos. Fizemos vendas desse tipo para empresas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que tinham treinamento corporativo. O que elas valorizavam em nossas plataformas EAD, era a boa adaptação aos dispositivos móveis e a experiência positiva que os usuários tinham ao usar esse recurso considerado “leve”. Nós temos um setor estruturado apenas para esse tipo de venda, mas a nossa comunicação como HeroSpark, nesse momento, está focada nos empreendedores. Nossos próximo passo é discutir uma nova estratégia de posicionamento voltado especialmente para vendas corporativas.
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