“A gente não conseguia encontrar recursos tecnológicos que acompanhassem nossas ‘loucuras’. Chegou uma hora em que não queríamos convencer os outros a fazer. Resolvemos agir”. Essa é a explicação do diretor geral do Grupo Esal, Bruno José Esperança, para surgimento da Esallabs, startup de inovação criada há dois anos para melhorar os processos do grupo e possibilitar crescimento do negócio.
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A Esallabs hoje ajuda no desenvolvimento de plataformas tecnológicas e de gestão. A Startup auxilia tanto a Esalflores, maior floricultura do país, com sede principal em Curitiba, e a Esalpet, que administra seis petshops na capital paranaense e a Esalcafé, com uma loja também em Curitiba. O braço tecnológico do grupo, que hoje é uma empresa independente, já recebeu investimentos que somam R$ 4 milhões.
Tecnologias
São três tecnologias diferentes já desenvolvidas pela Esallabs. A primeira foi o Sistema de Telemetria, elaborado para vender flores em máquinas (assim como funciona com salgadinhos e refrigerantes, por exemplo). São as chamadas Vending Machines. A startup adaptou o sistema de entrega ao cliente, diminuindo o atrito da flor ao cair e também deixando mais úmido o ambiente da máquina (para que a flor mantenha vida por mais tempo). Antes de desenvolver esse sistema, o grupo buscou soluções junto a outra empresa, mas não conseguiu os resultados esperados. Algumas máquinas, inclusive, ficaram paradas por quase um ano sem fazer entrega, causando prejuízos.
Outro sistema desenvolvido foi o ERP na Nuvem, que possibilita conexão de todas as atividades da empresa ao sistema de gestão. A conectividade é garantida diretamente no navegador, sem necessidade de instalação de outros programas. O diretor explica que o sistema desenvolvido pode ser usado por empresas que se adequam ao Simples Nacional ou ao regime normal de tributação (Real ou Presumido).
O ERP hoje é usado nas floriculturas, nos petshops e no café. Bruno Esperança explica que outros sistemas estavam disponíveis no mercado, mas muitos não supriam necessidades dos diferentes negócios. “Não existia ERP com gestão de agenda de banho e tosa, por exemplo. Não tinha solução pra isso. Nós conseguimos integrar todas as necessidades de gestão e atendimento em um mesmo sistema”, explica.
A terceira tecnologia desenvolvida foi a Integração direta do TEF (Transferência Eletrônica de Fundos) à operadora de cartão de crédito. A Esallabs desenvolveu uma solução que possibilita ligação direta entre as máquinas usadas para passar o cartão de débito ou crédito do cliente e o sistema de compra da empresa. Normalmente, pequenos e médios negócios disponibilizam o pagamento com cartão, mas o sistema não é conectado diretamente ao da empresa, necessitando de várias outras etapas para processar o pagamento.
O que a startup fez foi encontrar uma empresa de máquinas de cartão parceira (a Stone) que topasse desenvolver essa solução em conjunto com o grupo Esal. A principal vantagem é que o controle fica muito mais eficaz, já que não há intermediários em todo o processo.
Para que fique mais fácil de visualizar a inovação, basta lembrar de algumas redes de supermercado, por exemplo, em que o consumidor pode fazer o pagamento da compra diretamente em caixas eletrônicos. Nesses espaços, a máquina de cartão está conectada diretamente ao computador da rede - que processa tudo de maneira mais ágil. A venda, de acordo com Esperança, é feita de forma muito mais segura.
Além de todas essas soluções, já há algum tempo o grupo disponibiliza aos clientes a possibilidade do pagamento por QR Code. A tecnologia, que lembra um código de barras estilizado, permite o pagamento por aproximação do celular. Ou seja, o cliente aciona a leitura de QR Code no smartphone e faz o pagamento através do aplicativo Picpay, bastante usado - especialmente pelos mais jovens - para transferência de dinheiro, pagamento de boletos ou utilização em lojas diversas.
Erros de percurso
Hoje, a Esallabs é um dos motivos de orgulho do grupo, especialmente por ser responsável por boa parte das iniciativas de inovação das empresas. Mas não foi fácil. Bruno José Esperança conta que só para a produção da atual placa de Telemetria foram necessárias seis versões, incluindo um “megafracasso”, nas palavras do diretor. “Eu não vejo como negativo, porque se a gente não tivesse errado tanto, não tínhamos chegado a esse nível”, pontua.
Esperança também faz questão de reforçar que inovação não tem quer dizer, necessariamente, desenvolver novas tecnologias. “Inovação é fazer algo otimizado. Por exemplo, a flor que a gente vê na máquina tem uma base com água embutida. Isso veio da ideia de um florista e deu muito certo”.
Grupo Esal
O Grupo Esal é composto pela floricultura, pet shop e café. O primeiro negócio foi o de comercialização de flores, com a Esal Flores, que foi fundada em 1996, em Curitiba. Atualmente, é a maior empresa do ramo no país.
Hoje, o grupo é composto por 10 lojas próprias da Esalflores – em Curitiba, São Paulo, capital, e Recife, em Pernambuco. A marca possui outras 60 “Store in Store”, que são as lojas dentro de outras lojas, como dentro de um supermercado, por exemplo. Além disso, são 50 máquinas espalhadas por todo o Brasil para vender flores diretamente ao consumidor, sem intermédio do comerciante.
Todas as flores são produzidas em Curitiba e, com a logística desenvolvida pela empresa, chegam em um dia em qualquer parte do país. 80% da produção que é transportada para outras cidades segue por vias aéreas, em caixas especiais onde há recipientes de água acoplados em cada flor enviada.
O grupo também conta com seis petshops espalhados por Curitiba e um café, também na capital paranaense, no bairro Rebouças.
Empresa familiar
A Esalflores surgiu em 1996, no bairro Rebouças, por iniciativa de Antônio José Esperança e Elisa Aparecida Alves Esperança, pais de Bruno. O nome, inclusive, é uma junção das primeiras sílabas dos sobrenomes Esperança e Alves.
Bruno hoje tem 33 anos. Ele conta que desde os 14 trabalha na empresa. O primeiro contrato foi como menor aprendiz. Segundo o diretor, é uma alegria poder contar a história de sucesso e inovação de uma empresa familiar. “Eu tenho orgulho de dizer que a empresa é familiar. Assim a gente nasceu e é assim que a gente leva a empresa, como uma família”.
Atualmente, além de Bruno, os irmãos dele Maurício e Luiz Fernando também atuam na empresa. Apenas a irmã, Mariane Regina, hoje atua como psicóloga. Os precursores Antônio e Elisa continuam atuando no negócio.
“É tão rico o almoço de domingo [da família]. Surgem ideias, brincadeiras, você volta na segunda-feira renovado”, completa o diretor.
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