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A pandemia passou longe de colocar freios no crescimento da Guararapes, fabricante de compensados e MDF com sede em Palmas, na região Sul do Paraná. Em um bom momento de mercado para os derivados de madeira, a empresa celebra uma alta de 22% no faturamento em 2020 e projeta crescimento semelhante para 2021.
Os bons números refletem o momento de aquecimento nas indústrias de base florestal no Brasil. Desde o segundo semestre do ano passado, players desse segmento viram demanda interna e externa crescerem. A Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) indica, por exemplo, que o mercado de painéis de MDF cresceu 9,3% de 2019 para 2020 no Brasil. Com as exportações, a alta foi de 5,9%.
“Um pouco disso foi efeito da própria pandemia. Ter ficado mais em casa fez com que as pessoas investissem mais no lar com reformas e melhorias. Área gourmet, home office...", aponta o CEO da Guararapes, Ricardo Pedroso. “Essa mudança de hábitos das pessoas levou a uma valorização maior das casas", indica.
A empresa mantém três unidades fabris no Paraná e Santa Catarina. Em Palmas, Sul do Paraná, sede administrativa da Guararapes, e em Santa Cecília (SC) a indústria produz compensados. Em Caçador (SC), fica a fábrica de MDF. Desta produção, 100% dos compensados vão para o mercado externo, enquanto o montante de MDF é dividido: 83% para o mercado doméstico e 17% para a exportação.
Com o mercado aquecido também fora do Brasil, a empresa tem passado sem percalços pela pandemia. “A demanda foi global por produtos ligados a casas ou reformas das casas. Acabou influenciando na exportação. Ambos [mercado interno e externo] tiveram demanda forte", avalia o CEO. Os principais mercados da Guararapes fora do país são Estados Unidos, América Latina, parte da Europa e Austrália.
Para o executivo, as boas condições devem prosseguir em 2021, quando a empresa projeta elevar o faturamento na ordem de 20%. “A visão que a gente tem de demanda tanto para exportação quanto mercado interno são positivas. Primeiro porque a valorização das casas vai continuar. Não é uma coisa pontual da pandemia. As pessoas estão vendo que vão trabalhar mais de casa e, consequentemente, vão ter mais tempo para ficar nela com família e amigos. Além disso, tem a questão do grande déficit habitacional no Brasil”, avalia Pedroso.