Com as vendas impulsionadas pelas campanhas publicitárias com o jogador Neymar e o programa Big Brother Brasil, a fabricante paranaense de desodorantes Above viu o faturamento crescer 47% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2021. Com meta de fechar 2022 com R$ 1,4 bilhão de faturamento, volume 50% maior do que o ano passado, a empresa planeja expandir ainda mais a produção.
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Além de ampliar o portfólio com itens de higiene pessoal, a Above vai fabricar as próprias latas e tampas plásticas dos aerossóis. O objetivo é de que a marca suba de 22% para 33% a fatia do mercado de desodorantes no Brasil no prazo de um ano.
A marca está investindo mais de R$ 150 milhões em três novas plantas no complexo industrial de Palmeira, na Região dos Campos Gerais. As novas fábricas vão gerar 200 novos empregos diretos, sendo que parte dessas equipes já está sendo contratada e treinada.
Duas plantas serão inauguradas ainda esse ano: a fábrica de latas e uma exclusiva para produção da nova linha de produtos, que inclui xampu, enxaguante bucal, gel fixador, sabonete líquido, totalizando nove itens. A terceira fábrica vai produzir tampas plásticas das embalagens de desodorante, com previsão de operação em 2023.
A marca paranaense será a primeira indústria de desodorantes do Brasil a produzir as próprias latas para envase, a partir de novembro, em uma fábrica de 11 mil metros quadrados. A escolha pela verticalização do processo, explica o CEO do Grupo Rolon, dono da Above, Gustavo Bacila, é para reduzir custos com a dependência de matéria prima da China, de onde vem metade da matéria prima na produção e o frete está dez vezes mais caro do que antes da pandemia.
"A verticalização é para manter nosso compromisso de oferecer um produto com preço honesto à população brasileira. Com a fábrica de latas, consigo trazer chapa de aço de qualquer lugar do mundo, inclusive do Brasil, com dependência zero da China", explica Bacila.
O CEO argumenta que a escolha pela fabricação própria de latas também passa pela baixa capacidade dos fornecedores nacionais. "São só quatro fabricantes de latas de aerossóis. Então a gente fica muito vulnerável, porque o mercado não dá conta de nos atender. Aí temos que importar, o que pesa muito no frete e na logística", enfatiza.
Para instalar a fábrica de latas, a Above adquiriu duas máquinas italianas. A primeira deve chegar até outubro e terá capacidade para 12 milhões de latas por mês. A segunda máquina italiana será instalada ano que vem, dobrando a capacidade da planta para 24 milhões de latas por mês. Só na primeira etapa de operação da produção de latas serão criados 40 empregos diretos.
Novos produtos e fábrica de tampas
Já a produção da nova linha de higiene pessoal deve começar entre setembro e outubro. Serão nove itens, todos antialérgicos e veganos, produzidos na nova planta de 5,8 mil metros quadrados. A fábrica terá capacidade de produzir mil tubos por minuto.
Em abril, a Above já havia lançado quatro novas linhas antitranspirantes: uma sem álcool e sem alumínio na composição, uma com agentes hidratantes, uma com íons de prata ou carvão ativado na composição e a última com fragrâncias da marca no formato roll-on.
O planejamento cadastrar todas as novas linhas nos pontos de varejo do país no período de seis meses a um ano. Para isso, o CEO tem visitado pessoalmente há um ano as redes de supermercados, farmácias, atacadistas e distribuidores para entender as necessidades regionais nos pontos de vendas.
"Nessas viagens, estou conversando com desde os CEOs das empresas até os promotores de vendas, o pessoal do estoque. Quando a gente expõe o produto dessa forma consegue acabar com a guerra que muitas vezes acontece entre fornecedor e varejo", justifica.
Atualmente, 65% das vendas da marca está centrada em pequenos, médios e grandes supermercados.
Já a fábrica que vai produzir as tampas plásticas dos aerossóis ainda está em fase de planejamento. Neste caso, toda a matéria prima virá do Brasil, aponta Bacila.
Exportações com Neymar
As três novas plantas também estão inseridas no plano da Above de ampliar as exportações. Há um ano a marca começou a vender desodorantes para o Paraguai, onde tem obtido bons resultados. Há pouco mais de um mês, as vendas foram estendidas para mais três países: Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.
Agora, a Above busca novos mercados no exterior. E para isso tem um aliado de peso: o camisa 10 da seleção, Neymar. "O Neymar abre as portas para a Above. Foi assim nesse um ano de parceria no mercado nacional e tem sido assim no exterior. Chegar nesses novos países com o Neymar representando a marca facilita muito a coisa, dá um peso para a marca", admite Bacila, que tem intensificado a presença da Above em feiras internacionais de produtos pessoais de higiene.
Além do jogador, a Above também vai manter a campanha publicitária no programa Big Brother Brasil ano que vem. Há três anos a fabricante de desodorantes expõe a marca nas ações do programa líder de audiência na Globo. "O BBB é uma bomba que extrapola a tela. As ações vão para as mídias sociais, para as conversas de barzinhos, para as conversas de adolescentes", comenta Bacila. "Eu tenho os dois maiores canhões de audiência do Brasil: Neymar e BBB", enfatiza o CEO da Above, que investe 3% do faturamento em marketing.
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