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Josef Rubin, Hendel Favarin e Sidnei Junior; fundadores da Escola Conquer.
Josef Rubin, Hendel Favarin e Sidnei Junior; fundadores da Escola Conquer.| Foto:

Uma frustração típica de quem sai da universidade para o mercado de trabalho uniu três curitibanos diante de uma ideia de negócio. Descontentes com o ensino essencialmente técnico e teórico das aulas de graduação e pós-graduação, eles largaram carreiras consolidadas para criar a própria escola. No currículo, habilidades essenciais em falta no mercado de trabalho que as universidades não costumam ensinar como oratória, inteligência emocional e financeira, negociação, persuasão, liderança e produtividade, competências raramente encontradas nos currículos das instituições tradicionais.

Certamente você já ouviu falar em aceleradoras de startups. A Conquer se define como uma aceleradora de pessoas. A proposta é desenvolver nos profissionais das mais distintas áreas as chamadas first layer skills ou habilidades de primeira camada que todo profissional precisa ter para potencializar suas habilidades técnicas, explica Hendel Favarin, cofundador da Conquer.  Quer um exemplo?  Não adianta dominar um conteúdo técnico se, na hora de transmiti-lo aos demais membros da equipe, o profissional trava e não consegue se comunicar com clareza.

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“Eu passei cinco anos na faculdade de Direito e não me conformava de não ter aprendido a negociar, falar em público”, confessa Favarin, que abandonou a carreira de advogado na empresa de auditoria e contabilidade PwC para empreender junto com Sidnei Junior e Josef Rubin.

Da Colômbia, onde era executivo do Grupo Boticário, Rubin foi ao Vale do Silício conhecer metodologias de ensino inovadoras e buscar inspiração para a Conquer. Lá, passou pela Draper University, do bilionário investidor da Tesla e do Skype, Tim Draper, e visitou instituições como a Singularity University, fundada e mantida por gigantes como Google, SAP e IBM.

Em agosto de 2016 a Conquer abriu as portas em Curitiba. A metodologia, define Favarin, é “mão na massa”, focada na aplicação prática e imediata do conteúdo simples e direto transmitido em sala. De RH do Google a ex-lutador do UFC, todos os professores da Conquer são profissionais do mercado –  90% nunca haviam ministrado uma aula antes, mas têm muita experiência prática para compartilhar. Ao final de cada aula, o aluno avalia de forma anônima o professor por meio de um aplicativo. A aprovação média atual é de 97%.

15 mil alunos em 2,5 anos

A inquietação que fez com que o trio criasse a própria escola é a mesma que levou mais de 15 mil alunos para as salas de aula da Conquer nos 2,5 anos de funcionamento da escola, de universitários a CEOs de empresas. A média de idade do público é de 28 anos.

Um ano depois de abrir em Curitiba, a Conquer inaugurou uma unidade na Avenida Paulista e outra na Vila Olímpia, ambas em São Paulo. Hoje, a escola tem unidades em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Nas próximas duas semanas, vai abrir também em Joinville (SC), Campinas (SP) e Vitória (ES). “Queremos fechar o ano com 16 escolas da Conquer no país”, afirma Favarin.

O crescimento rápido da startup tem surpreendido até mesmo os sócios. Há pouco mais de um ano, a equipe tinha 11 profissionais. Hoje são 80 pessoas no time e mais 30 vagas abertas. O faturamento segue no mesmo ritmo: saltou de R$ 1,2 milhão no primeiro ano para R$ 7 milhões no segundo. Em 2019, a expectativa é chegar a R$ 23 milhões.

O carro-chefe da escola são os cursos para pessoa física, mas o mercado corporativo já representa 30% do faturamento da Conquer, puxado por grandes empresas como Google, Grupo Boticário, Ambev, Nestlé, Magazine Luiza, Votorantim, Renault, Bradesco e Itaú. O crescimento do nicho empresarial é tão significativo que a empresa acaba de abrir uma spin off, a Conquer Labs, apenas para treinamento corporativo, “para levar inovação para dentro das empresas”, segundo Favarin.

Como funciona?

Se a proposta era ser uma escola diferente, as tradicionais avaliações de conteúdo ficaram fora da metodologia da Conquer. Os alunos são avaliados por meio de desafios em classe, e não por provas finais. Ao final dos cursos, quem se destaca recebe prêmios como ingressos para shows ou, então, um vale para saltar de bungee jumping. Os módulos duram de seis a oito semanas e custam, em média, R$ 1,7 mil.

Entre as opções, a Conquer há o curso de Alta Performance (produtividade); Coragem (oratória); Poderes Especiais (negociação, persuasão e vendas); Força (inteligência emocional); Leadership Experience (liderança e gestão de pessoas); e Grow Your Business, uma espécie de MBA só para empreendedores.

“A grande questão é que ninguém ensina esse tipo de competência e quando tenta ensinar, o faz por meio de uma metodologia chata e ultrapassada. A sala de aula não precisa ser assim. Na Conquer dizemos que ninguém precisa tomar café para ficar acordado e assistir a uma aula”.

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