No início do mês, Agudos do Sul, pequena cidade paranaense de 10 mil habitantes na divisa com Santa Catarina, anunciou a chegada de uma nova empresa. A central de atendimento da Aliança Sul, empresa que mudou sua matriz de Curitiba para o município, deve gerar 30 empregos diretos até o fim do ano região, que encontrou sua vocação em pequenas empresas ligadas a serviços -- com 80% da área ocupada por bacias hidrográficas, Agudos é inviável para grandes companhias de diversos outros setores.
A negociação é o resultado prático de um programa da Invest Paraná, agência ligada ao governo estadual que fomenta o caminho para que novos investimentos privados cheguem ao Paraná. Desde o início do ano, o programa Invest Cidades tem capacitado municípios interessados em levantar o interesse de empresas para que se instalem em seus limites. E há boas oportunidades. De acordo com Gustavo Cejas, coordenador destas ações, nos dois últimos meses R$ 400 milhões em investimentos estavam “em busca de um lar”.
Do início do ano até aqui, o Invest Cidades já treinou gestores de 22 municípios. Representantes de outro 20 aguardam em uma fila de espera. De acordo com Cejas, o programa ajuda as cidades a construir uma imagem do município que será apresentada aos investidores, mostrando o que tem de melhor, sua infraestrutura e sua capacidade de oferecer mão de obra. Após isso, as cidades partem para um plano de ação, com abordagem dos investidores, facilitação da burocracia municipal e acompanhamento desta negociação, por exemplo.
O coordenador do Invest Cidades admite que a pandemia atrapalhou os planos da agência e, consequentemente, resultados. "Tínhamos um roteiro de execução deste programa, mas a pandemia nos atrapalhou muito. Nosso roteiro era de treinamentos presenciais, não online. A gente tinha dificuldade em comprar passagem aérea, em alugar carro. Isso deu uma travada. Ele nasceu, a gente aplicou em algumas cidades, e ele adormeceu", aponta. Com a procura pelos municípios, a agência retomou o Invest Cidades em um modelo online, com treinamento pela internet e material didático de apoio.
Valores enquadrados no Paraná Competitivo podem ser disputados pelas cidades
Para o coordenador, há um “valor considerável de investimentos sendo negociado pelas cidades que já foram treinadas”. Ele, no entanto, não revela quais são os locais e os valores e aponta que há confidencialidade nos acordos entre empresas e cidades.
Gustavo Cejas aponta, porém, que existe uma boa quantia de aportes aos municípios interessados em novas negociações. Entre julho e agosto, por exemplo, o volume de investimentos negociados entre empresas e o governo do Paraná somou R$ 400 milhões. "São investimentos que estão chegando no estado por meio do programa Paraná Competitivo, uma ferramenta de atração que oferece benefícios para quem está vindo ou ampliando investimentos no estado. É aqui, esse montante, que os municípios vão poder atacar. São empresas que estão buscando locais para se instalar", explica.
Não há um perfil de municípios de que podem participar dos treinamentos do Invest Cidades, mas o programa tem sido mais efetivo em cidades de pequeno e médio portes. "O programa nasceu para ser o mais democrático possível. Mas a gente percebeu ao longo do andamento dele que os municípios que têm um resultado mais rápido e positivo são os pequenos e médios. É que eles levantam muito mais fácil as informações que a gente sugere que sejam levantadas. A gente pede a eles façam uma autoanálise para que vejam quais são os pontos fortes e quais são os pontos fracos, quais são as ameaças e oportunidades. Os municípios menores tem isso a mão”, indica.
É um perfil no qual se encaixa Agudos do Sul, que conquistou a Aliança Sul após três meses do treinamento. “Parece pouco, mas para a nossa cidade, que é pequena e não tem indústrias, equivale a uma empresa de grande porte, além de representar um grande ganho em termos de arrecadação”, disse o prefeito Jessé Zoellner (PP) durante o anúncio da chegada da empresa.
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