O Paraná atraiu R$ 120 bilhões de investimentos na indústria nos últimos três anos. O levantamento é da Invest Paraná, agência do governo estadual responsável pela prospecção de novos negócios no estado. Os recursos geraram 60 mil empregos diretos e indiretos no período entre janeiro de 2019 e março de 2022.
Entre as grandes indústrias que optaram por aportar na linha produtiva no Paraná, nove têm investimentos bilionários. Só essas marcas garantiram R$ 26,95 bilhões ao estado - ou seja, 22,45% do total de R$ 120 bilhões captados. Sozinha, a empresa líder de investimentos aportou R$ 12,9 bilhões, o equivalente a pouco menos da metade da soma de todos os outros oito aportes bilionários. Veja abaixo a lista das marcas líderes de investimento no Paraná desde 2019:
9.° lugar- Sumitomo Rubber
A fabricante japonesa de pneus anunciou no fim de julho de 2021 investimento de R$ 1 bilhão na fábrica no município de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. A nova estrutura deve criar 300 novos empregos até 2025. A multinacional japonesa produz as marcas Dunlop, Falken e Sumimoto.
O aporte é para dobrar a produção de pneus para veículos pesados de mil unidades por dia para 2,2 mil até 2025. Já a produção de pneus para veículos de passeio deve aumentar 28% até 2024, alcançando 23 mil unidade por dia.
8.° lugar - Renault
A montadora francesa de automóveis anunciou ano passado investimento de R$ 1,1 bilhão ao longo de 2022 no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O montante está sendo aplicado na renovação do portfólios de carros da Renault e na formatação de um motor 1,3 turbo de três cilindros. A previsão é de que um novo modelo SUV da marca passe a ser produzido em São José dos Pinhais até o fim de 2023.
O novo modelo será montado pela plataforma CMF-B, que também permitirá a fabricação de outros novos produtos da montadora. A plataforma também vai permitir a eletrificação dos carros feitos no Paraná.
Entre os modelos que serão produzidos nessa nova estrutura estão o Captur com novo motor turbo TCe 1.3 Flex; o Kwid 2023; a nova Master 2023; e o Duster com novo motor turbo TCe 1.3 Flex, além do lançamento do Zoe E-TECH Electric e a confirmação da comercialização do Kwid E-TECH Electric.
7.º lugar - Ambev
A gigante brasileira fabricante de bebidas anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão no estado dividido em três partes.
O maior deles é de R$ 870 milhões anunciado no fim de 2021. O montante será investido na construção de uma nova planta industrial para produção de vidros sustentáveis a partir de 2025. O local, entretanto, segue indefinido. A nova planta foi produzir garrafas para seis marcas de cervejas da multinacional produzidas em todo o país: Brahma, Skol, Budweiser, Stella Artois, Becks e Spaten.
O segundo maior investimento da Ambev é de R$ 370 milhões na cervejaria de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O investimento é para ampliar a produção de cervejas puro malte e de uma nova linha de envase para abastecer o Sul e Sudeste.
Os últimos R$ 15 milhões do valor total de investimento são para ampliar a produção da fábrica de refrigerantes em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.
6.º lugar - Maltaria Campos Gerais
Seis cooperativas do estado vão investir R$ 1,5 bilhão na construção de uma fábrica em Ponta Grossa para fornecer malte para cervejarias de todo o país. Estimativa é de que o empreendimento gere 3 mil empregos diretos e indiretos, além de beneficiar 12 mil produtores rurais cooperados.
O projeto inclui as cooperativas Agrária Agroindustrial (Guarapuava), Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e a Frísia (Carambeí). A maltaria deve ficar completamente pronta em 2032. Porém em 2023 a primeira fase da obra deve estar concluída, já permitindo o início da produção. A fábrica vai produzir 240 toneladas de malte
5.º lugar - JBS
Maior frigorífico do mundo, a brasileira JBS anunciou há um ano investimento de R$ 1,85 bilhão na bandeira Seara no Paraná até 2025. A expectativa é de que sejam criados 2,6 mil novos empregos diretos.
O montante está sendo aplicado na cidade de Rolândia, no Norte do Paraná. A marca está construindo no município a maior fábrica de empanados e salsichas do mundo, anexa ao frigorífico da JBS que já existe no endereço. Outra parte do investimento na expansão e modernização da fábrica de aves da Seara em Rolândia.
4.º lugar - CSN Cimentos
A expectativa é de que a obra seja concluída ainda em 2022. Serão gerados cerca de 2,6 mil empregos diretos com a produção de mil toneladas por dia.
Braço da Companhia Siderúrgica Nacional, a fabricante de cimentos anunciou em julho de 2021 investimento de R$ 1,8 bilhão na cidade de Cerro Azul, no Vale da Ribeira. O município, que também faz parte da Região Metropolitana de Curitiba e é referência na produção de minerais para a construção, terá uma nova fábrica de cimentos.
O plano é de que a nova planta esteja concluída até 2024 e produza 3 milhões de toneladas por ano. Com a nova fábrica, a CSN Cimentos planeja ficar entre a segunda e terceira colocação na produção de cimento no Brasil. Atualmente, a marca é a quinta colocada.
3.º lugar - Lar Cooperativa
A cooperativa paranaense anunciou no início de 2021 investimento de R$ 2,4 bilhões na produção de aves e suínos nas unidades das regiões Oeste e Norte. O investimento engloba aportes a produtores e ampliação das atividades estratégicas da Lar. O plano é de até 2024 dobrar o número de funcionários, chegando a 26 mil empregados.
Cinco unidades industriais da Lar terão investimentos para aumentar a capacidade produtiva: Santa Helena, Medianeira, Cascavel, Rolândia e Marechal Cândido Rondon.
No caso da produção de carne de porco, o investimento da Lar leva em conta também as obras do maior frigorífico da América Latina, em Assis Chateubriand [ler abaixo]. A Lar é uma das cinco cooperativas que fornecem matéria prima para a Frimesa na nova estrutura. Ano passado, a Lar fornecia 3 mil suínos por dia para a Frimesa. Na avicultura, o maior aporte será de R$ 905 milhões em 14 novas unidades para produção de ovos e 880 novos aviários.
2.° lugar - Frimesa
A construção do maior frigorífico da América Latina e o crescimento da cadeia produtiva no entorno da unidade em Assis Chateubriand vai movimentar R$ 3,2 bilhões da Frimesa.
Só a planta industrial, cujas obras começaram em 2017, terá investimento de R$ 1,2 bilhão. Com 148 mil metros quadrados, a planta vai processar por dia 15 mil suínos, gerando 8.500 empregos diretos e indiretos.
Na primeira fase da implantação da nova planta, serão 3,7 mil cabeças abatidas por dia entre 2023 e 2025. No segundo estágio, de 2026 a 2028, serão 7,5 mil cabeças por dia. Na etapa final, entre 2029 e 2031 serão 11,2 mil cabeças por dia.
1.° lugar - Klabin
A maior produtora e exportadora de papéis do Brasil anunciou há um ano que faria um aporte extra de R$ 2,6 bilhões para instalação de uma nova máquina de papel cartão na expansão da planta Puma II ,em Ortigueira, nos Campos Gerais. Com isso, o investimento total na planta iniciado em 2019 saltou de R$ 10,3 bilhões para R$ 12,9 bilhões, gerando 10 mil empregos diretos e indiretos.
Sozinho, o investimento da Klabin equivale a pouco menos da metade de todos os outros oito maiores investimentos no Paraná juntos, cuja soma dá R$ 14,05 bilhões.
A Klabin optou por aumentar o investimento na planta Puma II após avaliar o crescimento no consumo de papel-cartão no mercado. A empresa já investiu R$ 5,8 bilhões até março de 2021. Os outros R$ 7,1 bilhões serão investidos até 2023.
A primeira máquina da Puma II começou a operar em agosto de 2021 com 70% da produção já vendida. Chamada de MP27, a máquina tem capacidade de produzir 450 mil toneladas por ano do papel Eukaliner, o primeiro papel kraftliner do mundo feito 100% com fibras de eucalipto.
As obras para a construção da segunda máquina de papel já foram iniciadas, com previsão de conclusão em 2023. A MP28 vai consolidar a Klabin como produtora global de papel-cartão. Quando entrar em operação, a máquina vai produzir 460 mil toneladas de papel-cartão para embalagens de alimentos e produtos de limpeza, entre outros.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast