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Após passar pelas dificuldades das lojas fechadas no período mais crítico da pandemia, a Livrarias Curitiba planeja crescimento de 10% a 12% nas vendas de 2022 em relação a 2019, último ano antes da crise sanitária. A meta do grupo, que completa 60 anos em 2023, é vender 6 milhões de livros nesse ano, tanto no formato impresso quanto online.
Para isso, o grupo planeja abertura de mais lojas, principalmente no mercado paulista [ler abaixo], além de traçar novas estratégias de vendas. Nesse plano de ação, a livraria conta com um empurrão especial: os leitores jovens, que vêm alavancando as vendas nos 26 pontos da rede no Paraná, Santa Catarina e São Paulo desde a reabertura das lojas físicas.
"O cliente das nossas lojas agora, surpreendentemente, é o leitor jovem, que deu um fôlego nas nossas vendas nesse momento de recuperação", comemora a diretora de varejo da Livrarias Curitiba, Rute Pedri.
No primeiro trimestre desse ano, as vendas de livros na rede aumentaram 45% em relação ao mesmo período de 2021, alcançando 1,3 milhão de unidades comercializadas. De acordo com a diretora da livraria, a tendência dos jovens de comprar livros não está mais apenas nas HQs e mangás. O interesse, explica Rute, tem sido desde os clássicos dessa faixa etária, com títulos como Harry Potter e O Pequeno Príncipe, até novidades do mercado editorial, muito deles livros baseados em séries de streaming.
"O curioso é que muitas vezes essas vendas são originadas de indicações de influencers que esse público acompanha. Nem no passado, quando o Jô Soares falava de algum livro, as vendas não cresciam tanto por esse tipo de indicação", compara Rute.
Segundo a executiva da Livrarias Curitiba, a venda de livros para o público jovem agrega valor na venda. "Esse jovem não gosta de esperar. Ele fica sabendo de um livro e já quer comprar na hora, não aguenta esperar o tempo da entrega da venda online, por isso busca a loja. E ele costuma sempre levar uma coisinha a mais na loja, principalmente produtos de papelaria", explica Rute.
Dessa observação, a Livrarias Curitiba lançou em abril a marca LivLov, exclusivamente de papelaria para o público jovem. O conceito vai ocupar espaços estratégicos nas lojas para vender agendas, cadernos, planners e outros produtos de marcas conceituadas com estampas coloridas e de personagens como os da série Star Wars. O plano é ainda em 2022 lançar produtos próprios com a marca LivLov. O primeiro espaço da nova marca foi aberto na loja do Shopping Palladium em abril ao custo de R$ 300 mil.
Contos em casa
Outra estratégia que a Livrarias Curitiba adotou para buscar o crescimento em 2022 é o Clube de Assinatura Hora do Conto em Casa. Todo mês, os pais recebem um livro infantil em casa com instruções de como ler para as crianças, em uma atividade lúdica para toda a família.
A assinatura custa R$ 59,90 por mês. Além do livro e das instruções feitas pela equipe pedagógica da livraria para a leitura, há ainda vídeos no Youtube da rede que dramatizam os contos para as crianças. Mas a ideia, enfatiza Rute, é que os próprios pais participem da contação das histórias, propiciando um momento em família.
"Já tínhamos a Hora do Conto nas nossas lojas físicas. Mas com a pandemia decidimos levar essa experiência para a casa das pessoas. Os pais muitas vezes têm dificuldade de conversar, interagir com os filhos. A Hora do Conto em Casa proporciona esse momento família", explica Rute.
Em termos de negócios, a diretora de varejo explica que o clube de assinatura permite agregar a venda de outros produtos. Junto com o livro do mês, a caixa sempre acompanha algum material da papelaria para ajudar os pais na contação das histórias, como canetinhas, tintas, massinhas, entre outros.
Mercado paulista
Dentro da estratégia para aumentar as vendas em 2022, a Livrarias Curitiba pretende expandir as lojas físicas. Principalmente no mercado paulista, onde em abril o grupo abriu a quarta loja, na cidade de São Bernardo do Campo, com investimento próprio de R$ 1,5 milhão.
O plano, explica Rute, é de que a Livrarias Curitiba ocupe o espaço deixado pelos grandes players que fecharam suas lojas não só na capital paulista, mas principalmente no interior. Nesse cenário, a Livrarias Curitiba planeja mais cinco pontos de vendas no interior de São Paulo e abriu negociação com três shoppings na capital.
"A gente percebe que o interior de São Paulo é rico e com a saída dos grandes players muitos shoppings de lá estão sem livrarias, que é um comércio que os shoppings sempre fazem questão de ter. Então há essa carência em regiões onde o potencial de venda é alto", argumenta Rute.
Além do estado de São Paulo, o grupo também cogita a abertura de mais lojas no Paraná e Santa Catarina. Porém, essas negociações ainda estão na fase inicial.