O mercado imobiliário de Curitiba deve encerrar o ano com um investimento de R$ 1,36 bilhão e a liberação de 1,8 milhão de metros quadrados para construção. É um crescimento de 28% em relação a 2017, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR). O número de unidades liberadas deve chegar a 13 mil, 33% a mais do que o verificado no ano anterior.
Apesar dos números terem melhorado, eles estão bem longe do pico registrado em 2010, quando a Prefeitura Municipal de Curitiba quando foram liberados alvarás para 33,5 mil unidades e autorizada a construção de 3,98 milhão de metros quadrados.
As unidades liberadas para construção são cada vez menores. Há quatro anos seguidos, elas experimentam queda. Em média, a área média é de 138 metros quadrados, segundo a entidade empresarial.
Os efeitos da crise que atingiu o setor ainda estão sendo refletidos. “A indústria da construção civil perdeu uma década. Só chegaremos aos níveis de 2013 em 2023”, disse Sérgio Luiz Crema, presidente do sindicato.
Neste ano devem ser entregues 10 mil unidades, que receberão o Habite-se. É uma queda de 13% em relação ao ano passado e um número próximo ao de 2008. São 1,2 milhão de metros quadrados, também 13% a menos do que em 2017.
O número de apartamentos (unidades verticais) lançadas teve uma forte retração em 2018, que chegou a 38%, ou 2,5 mil unidades, número só levemente melhor do que o verificado em 2016. No ano anterior foram 4.034.
Mesmo com o ano tendo começado com expectativas bem favoráveis para a economia, a campanha eleitoral extremamente polarizada e greve dos caminhoneiros inibiram o crescimento do setor, aponta o vice-presidente Marco Kahtalian. “O empresário e o consumidor ficaram em uma dúvida grande. Por isso, o número de lançamentos caiu.”
Imóveis em alta
Mas, mesmo assim, o valor médio dos apartamentos vem experimentando uma alta nos preços. O preço médio passou de R$ 4.541,00, em 2017, para R$ 4.792,60, neste ano. A alta é de 5,54%.
Uma série de fatores contribuiu para esta variação, explicam os dirigentes do sindicato: de um lado a demanda crescente e do outro o baixo nível de estoques, que está no menor nível em quatro anos. A Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e a consultoria Brain estima que estejam disponíveis 7 mil imóveis em Curitiba.
O resultado é que já há bairros em que a demanda é extremamente reduzida. “Os valores voltaram ao normal e há menos descontos oferecidos pelas construtoras”, diz Kathalian.
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