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Nova Ferroeste deve reduzir “Custo Brasil” e tempo de transporte de cargas

Ferroeste está entre as empresas que o governo estadual pretende vender em 2021.
Ferroeste está entre as empresas que o governo estadual pretende vender em 2021. (Foto: Jorge Woll/Arquivo/Governo do Paraná)

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A Nova Ferroeste, projeto de uma ferrovia ligando Maracajú, no Mato Grosso do Sul, ao porto de Paranaguá, no Paraná, poderá reduzir a um quinto o tempo de transporte de cargas e diminuir em 27% o chamado "Custo Brasil" -- um termo na economia que engloba as dificuldades de se produzir algo no país e os gastos em decorrência delas.

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A avaliação é do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário (GT Ferrovias), um comitê formado por técnicos dos dois estados que estuda a viabilidade na nova linha férrea, e foi apresentada aos governadores do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), nesta segunda-feira (22).

Atualmente, a Ferroeste ocupa apenas um trecho de 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava. O projeto visa ampliar a extensão da linha férrea, que passará a ter 1.285 quilômetros. O pacote inclui a construção de uma ferrovia entre Maracajú e Cascavel; um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá; um ramal multimodal ligando Cascavel e Foz do Iguaçu; e a revitalização do atual trecho da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava. Para viabilizar essa construção, é intenção do governo estadual privatizar a empresa, cujo controle é do governo do Paraná, ainda neste ano.

De acordo com a GT Ferrovias, há uma expectativa de que pelo novo traçado sejam transportadas 54 milhões de toneladas por ano, o que equivale a 2/3 da produção da região -- 74% disso de cargas destinadas para a exportação. A linha férrea poderá, nesse cenário, trazer uma economia logística de US$ 13 dólares por tonelada em relação ao custo do transporte atual. No primeiro ano de funcionamento, diz o comitê, a diminuição de custos seria de R$ 2,4 bilhões. Essa economia, sustentam os técnicos, tornaria a produção mais barata no Brasil em uma ordem de 27%.

Além disso, os estudos apontam uma considerável redução no tempo de escoamento da produção. O grupo aponta que a rota Cascavel/Paranaguá, que hoje leva 100 horas, pela nova malha levará em torno de 18 horas.

O laudo técnico indica ainda que o novo traçado poderá aumentar em 40% as exportações de grãos e celulose para o Paraguai.

A área de influência indireta na Nova Ferroeste, de acordo com os estudos, abrange 925 municípios de três países: 773 do Brasil, 114 do Paraguai e 38 da Argentina. De impacto direto, são 425 cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Privatização está programada para novembro

Embora o governo sustente que o leilão da Ferroeste ocorrerá ainda neste ano, o trâmite depende de estudos ainda em andamento. Os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica devem ser concluídos em setembro, segundo o cronograma oficial, e o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), em novembro. A estimativa é que o leilão da empresa ocorra também em novembro. Ainda não há previsão de valor.

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