Tatra terá fábrica para produzir veículos off-road em Ponta Grossa.| Foto: Divulgação
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As últimas semanas foram de bons ventos para o Paraná, com a confirmação de investimentos que vinham sendo negociados há meses. Pelo menos três destas injeções de dinheiro na economia local devem resultar em centenas de empregos diretos, além de diversificação da economia do estado.

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Ponta Grossa, que está entre as cidades que mais receberam novas empresas nos últimos anos, deverá ganhar uma filial da fabricante tcheca de caminhões e veículos off-road Tatra. O grupo oficializou no dia 3 de setembro a construção de uma planta no município dos Campos Gerais. O investimento esperado é de R$ 102 milhões até 2026 e a expectativa é que sejam gerados 300 empregos diretos.

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Com expertise em veículos produzidos para trafegar em solos difíceis, a Tatra deverá atender, com sua produção de Ponta Grossa, segmentos como mineração e produção florestal e sucroalcooleiro. Veículos pesados para a área de Defesa também sairão dessa unidade. A empresa tcheca mira o mercado nacional e exportação para América do Sul e África.

“A Tatra é um grande player mundial em caminhões pesados. O Brasil tem uma demanda gigante nesse setor porque é um grande produtor de álcool, de minério e de celulose a partir de campos florestais”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) à Agência Estadual de Notícias durante o evento de oficialização do negócio. O investimento estrangeiro foi viabilizado dentro do programa de incentivos fiscais do governo estadual, em uma negociação que levou meses. “Não tenho dúvidas de que a empresa será muito feliz no Paraná e que esse será o primeiro de muitos investimentos”, complementou.

A planta de Ponta Grossa é a primeira da marca europeia no Brasil. O barracão onde ela será instalada tem seis mil metros quadrados. A produção própria deve começar em 2021 – antes, a fábrica será usada apenas para montar estruturas vindas do exterior. De acordo com a Tatra, a intenção é produzir veículos a partir de componentes fornecidos por empresas brasileiras, especialmente paranaenses. Uma, em especial, deve ser beneficiada: a DAF, também de Ponta Grossa, que, fora do Brasil, já tem uma parceria com a controladora da marca tcheca.

A planta terá capacidade para produzir 225 caminhões por ano a partir de 2022 e até 800 caminhões por ano depois de 2025.

Também no início deste mês – e no programa de incentivos fiscais do governo estadual –, o Grupo Boticário anunciou duas unidades no estado especializadas nas vendas eletrônicas. A negociação pode resultar em investimento de R$ 83,5 milhões na terra de origem da marca, a gigante nacional dos cosméticos.

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O dinheiro deve ser usado para construir, além das unidades de e-commerce, um centro de distribuição capaz de atender toda a região Sul. As estruturas serão instaladas em Curitiba e em Campina Grande do Sul, na região metropolitana. Juntas, deverão gerar até 700 empregos diretos.

Segundo o Boticário, parte das plataformas de vendas eletrônicas no Paraná já deverá operar em outubro, com foco nas vendas do fim do ano. Quando toda a estrutura estiver pronta, a marca estima faturamento anual de R$ 1 bilhão nas operações.

No campo

O agronegócio também tem novidades. A Lar, que é uma das maiores cooperativas agroindustriais do estado, assumiu oficialmente, na semana passada, o frigorífico antes pertencente à Frango Granjeiro. A reativação da unidade, em Rolândia, na região Norte, irá gerar 320 novos empregos – no total, com os funcionários que já trabalhavam nessa indústria, serão 1,9 mil empregos diretos.

De acordo com a cooperativa, essa unidade terá um abatedouro de aves com capacidade de processamento diário de 175 mil frangos; fábrica de rações com capacidade de produzir 19 mil toneladas/mês e uma unidade de recepção e beneficiamento de grãos com capacidade de 16,8 mil toneladas.

Com o arrendamento da unidade, a Lar engloba a atuação de 300 aviários em 41 municípios do entorno de Rolândia.A cooperativa soma o frigorífico a duas outras unidades no estado, em Cascavel e Matelândia, e atinge a marca de 700 mil aves abatidas ao dia já a partir deste mês, com expectativa de alcançar 900 mil aves abatidas ao dia em 2023.

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"É a primeira unidade em Rolândia, levamos dez meses para concluir o negócio, mas esse trabalho com a avicultura vem sendo desempenhado há 21 anos pela cooperativa. Abatemos em Matelândia sete dias por semana, em Cascavel seis dias e em Rolândia vamos buscar os seis dias”, disse Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da cooperativa, em comunicado sobre o negócio.

“A Lar é a cooperativa que mais emprega do país e para cada emprego gerado nesse setor há 17 indiretos envolvidos, ou seja, é uma cadeia de milhares e milhares de pessoas. E ainda pretendemos incorporar mais 70 aviários e 300 funcionários no futuro porque temos margem para crescer. Nossa produção é dividida em 50% mercado interno e 50% externo. A Lar exporta para 74 países, mas o estado já alcança 160 países. Estamos buscando mais mercados”, apontou o executivo.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]