Completando oito meses no mercado, a plataforma Academic Ventures celebra boas parcerias. Fundada pelo ex-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, a empresa propõe conectar indústria, comércio e agronegócio à projetos universitários que possam resolver problemas produtivos e melhorar a economia do Paraná.
Composta por oito professores, com grande experiência na área acadêmica e empresarial, a Academic Ventures já está gerando impacto através de uma solução criada por estudantes para a cadeia produtiva da Electrolux, fabricante de eletrodomésticos. A empresa tem uma de suas sedes em Curitiba. A alteração planejada, ainda em segredo industrial, tem capacidade de gerar uma economia anual de R$ 500 mil para a multinacional.
Além da Electrolux, a startup acadêmica realizou outros importantes “matches” nestes últimos meses, como por exemplo, entre estudantes da agência de inovação da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) e o Parque Tecnológico Itaipu.
"Vi isso, de forma muito comum, em países do exterior como Suécia, onde a indústria está dentro do campus da universidade e seus alunos dentro das empresas solucionando problemas, com orientação dos professores. É esse modelo que estamos tentando implantar no Brasil, porque acreditamos que essa força está muito subutilizada. Queremos tornar a universidade alinhada aos anseios da sociedade", explica Sobrinho.
Em entrevista ao Paraná S/A, o ex-reitor, que também é doutor em administração, comentou o momento de aproximação entre a iniciativa privada e instituições de ensino para suprir a redução de investimentos na área de ciência, desenvolvimento e educação. Confira.
Em 11 meses, quais foram os casos de maior sucesso da Academic Ventures?
Visitamos várias empresas nesse período e iniciamos projetos de tecnologia, principalmente uma consultoria de quatro meses para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), além de Electrolux e o Parque Itaipu. São projetos que estão em segredo industrial, mas a ideia sempre é usar o potencial de pesquisa e inovação que já temos nas universidades para fechar parcerias com os setores produtivos. Também estamos em contato com o setor público, Copel e Bosch para novas parcerias.
No caso da PUC e Itaipu, de que tipo de cooperação estamos falando?
O Parque Tecnológico Itaipu possui vários laboratórios de pesquisa ligado à energia, meio ambiente e gestão de cidades. Já a agência de inovação da PUC-PR possui um forte núcleo de professores, alunos de graduação e pós, disponíveis para trabalhar com esse tipo de conteúdo. Conseguimos, em apenas 21 dias, desde a primeira reunião, fechar o plano de cooperação entre as instituições para o uso compartilhado de três laboratórios. Essa é uma das nossas especialidades, montar redes para que haja essa sinergia.
E no caso da Electrolux?
Eles estão com um problema na área industrial - de produção. Nos trouxeram essa dificuldade que, se solucionada, vai gerar uma economia potencial de R$ 500 mil ao ano para a empresa. Fizemos duas reuniões para realizar um recorte preciso do estudo e agora estamos na fase de procura por pesquisadores e laboratórios que estejam habilitados para desenvolver essa solução.
Como vê as parcerias público-privadas e o cenário de plataformas como a Academic Ventures?
Tanto pela fala do ministro de Ciência e Tecnologia como o de Educação, neste governo deve-se fortalecer esse tipo de parceria, que aproxima as universidades do setor produtivo. Nós estamos alinhados a esse momento e vejo que foi muito oportuna a criação dessa plataforma neste timing. Temos muitos ativos de tecnologia em nosso estado e todos ganham com esse tipo de ação.
Qual a relação da Academic Ventures com a UFPR e as demais universidades?
Quando fui reitor (2008-2016) lancei o quadrilátero acadêmico unindo UFPR, PUC-PR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Universidade Positivo, propondo que as quatro agências de inovações dessas instituições trabalhassem em conjunto. Existe muita complementariedade entre elas. Por exemplo, uma universidade tem um vasto conhecimento em energia e a outra um recorte específico sobre baterias e acumuladores. Por que não desenvolver soluções em conjunto?
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