A Petrobras e a empresa Forbes & Manhattan Resources Inc. (F&M Resources) assinaram nesta quinta-feira (11) o contrato para a venda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), na cidade paranaense de São Mateus do Sul, pelo valor de R$ 178,8 milhões (US$ 33 milhões). A F&M é uma holding canadense de capital fechado, focada em investimentos ligados à exploração de recursos naturais, sobretudo em mineração. A SIX é a terceira dentre as oito unidades de refino da Petrobras que estão em processo de venda a ter o contrato assinado.
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“Sempre apoiaremos as comunidades locais onde os projetos estão localizados e a Forbes espera apoiar a região ao redor das instalações da SIX”, disse o presidente da F&M, Stan Bharti, à Agência Petrobras. Devem ser mantidas parcerias firmadas pela SIX com a prefeitura de São Mateus do Sul para o fornecimento de calxisto – utilizado na pavimentação de vias da cidade – e para a disposição de resíduos urbanos em áreas da unidade que já passaram por mineração.
Após a conclusão da operação de venda, a Petrobras continuará operando a unidade através de um contrato de prestação de serviços por um período transitório, enquanto o comprador estrutura seus processos e monta suas equipes. Isso deve evitar qualquer interrupção operacional.
De acordo com a Petrobras, os empregados que decidirem permanecer na companhia poderão optar pela transferência para outras áreas da empresa. Outra possibilidade é a adesão ao Programa de Desligamento Voluntário, com pacote de benefícios.
Inaugurada em 1972, a SIX possui hoje capacidade de processamento de 5.800 toneladas/dia de xisto, com foco na produção de óleo combustível, nafta, gás combustível, gás liquefeito, enxofre e água de xisto, além de deter direitos de exploração da mina de xisto.
FUP critica venda e valor
Em nota divulgada nesta quinta-feira (11), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou a venda e o valor. “É mais um crime cometido contra o patrimônio nacional”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. O dirigente acrescenta que a FUP e sindicatos filiados “continuam na luta para barrar mais essa tentativa de privatização, feita de forma açodada, sem transparência no processo de formação de preço de venda, e que representará a construção de mais um monopólio privado no setor do refino do país”.
Para Bacelar, trata-se de “um ativo do povo brasileiro liquidado a preço de banana”. Ele aponta que o preço anunciado de venda da SIX (R$ 178,8 milhões) é “inferior até mesmo ao valor de R$ 540 milhões definido em acordo de pagamento de royalties firmado recentemente pela direção da Petrobras com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP)”.
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