Opção de lazer que vem se destacando durante o isolamento social causado pela pandemia do coronavírus, o drive-in ressurgiu como forma de sustento para o mercado de entretenimento. Em cinco semanas de atividades na Pedreira Paulo Leminski, a Planeta Brasil, responsável pelo Planeta Drive-In, já atingiu um faturamento bruto de R$ 500 mil. Com o sucesso da proposta, vai inaugurar mais uma unidade, agora no Expotrade, em Pinhais. Será o maior empreendimento do tipo no país.
Em cinco semanas de atividade, desde 11 de junho, na Pedreira Paulo Leminski, o Planeta Drive-In já recebeu aproximadamente sete mil carros. Em um grande espaço multieventos a céu aberto, o público pode optar por assistir a filmes em horários variados ou a shows, tudo de dentro do carro. Uma ideia que não é exatamente nova.
Patrik Cornelsen, diretor da Planeta Brasil Entretenimento, conta que a produtora já tinha um projeto para a realização de um cinema "vintage", que acabou sendo antecipado pelo cenário da pandemia. “O drive-in era mais um produto dentro do portfólio da empresa. Entretanto, teria um calendário específico, com funcionamento de duas semanas, uma vez por ano ou a cada dois anos. Aceleramos o processo para tirar do papel e a aceitação está sendo ótima”, conta.
De acordo com a empresa, nas semanas de estreia, a procura foi maior pela novidade, com 95% de ocupação da capacidade - 150 carros podem ser recebidos a cada apresentação. Porém, segundo ele, devido a vários decretos restritivos durante o período e à insegurança da população, a média atual é de 68% de ocupação nas sessões realizadas.
Outro ponto a ser destacado pelo diretor é a oportunidade de trabalho gerada com o empreendimento. A operação envolve aproximadamente 60 profissionais, de maneira direta e indireta. “Fizemos uma espécie de grande cooperativa pensando em dar trabalho aos profissionais do mercado em um momento tão crítico. Sabemos que 98% desses profissionais de entretenimento não estão trabalhando atualmente”, detalha.
A unidade na Pedreira Paulo Leminski entrou em uma nova etapa de programações e pretende trazer outras opções ao público, que deve procurar ainda mais o local, de acordo com estimativas da empresa.
“O Planeta Drive-In Curitiba iniciou recentemente a fase 3 do projeto, dedicada a shows, palestras e stand-ups ao vivo e assim, impacta diversos públicos além do cinema. Prevemos sim um aumento de público de cerca de 20% em face dos novos lançamentos do cinema e das novas modalidades que que poderão ser aplicadas no futuro próximo, como aconteceu na Europa e Ásia, onde os drive-ins ganham espaço para desembarque do público que vem dentro dos carros (camarotes individuais), e num segundo momento a adoção somente de camarotes com distanciamento social seguro, onde as pessoas marcam horário para chegar de forma segura ao evento”, destaca o diretor.
O maior drive-in do Brasil
A produtora curitibana também conta com uma unidade no Recife e vai inaugurar o terceiro empreendimento, nos mesmos moldes, no Expotrade Pinhais. O Planeta Drive-In Pinhais terá as primeiras sessões no dia 13 de agosto e será o maior drive-in do Brasil, com capacidade para mais de 400 carros, com distância segura entre eles, e foco em grandes shows, além das tradicionais sessões de cinema.
Na região metropolitana, a Planeta Brasil vai montar três telões altíssima definição, que juntos irão somar mais de 230 m². O espetáculo poderá ser exibido inclusive nos dias de chuva. O som é transmitido via rádio FM, diretamente dentro dos veículos. O espaço estará preparado para receber, também, diversos outros eventos, entre eles transmissões de campeonatos de futebol, atividades religiosas, competições de E-Sports, palestras e, até mesmo, lives.
“Estamos preparando uma programação muito interessante, com experiências imperdíveis. Devido ao tamanho do Expotrade, teremos capacidade para realizar shows nacionais”, afirma.
Prazo de funcionamento
Mesmo que os espetáculos vistos do carro estejam mantendo o funcionamento da empresa e gerando empregos, Cornelsen prega cautela e explica que o negócio tem data de validade. “Aqueles que souberem trabalhar com o modelo devem se manter até o final do ano, mas para isso será preciso sempre criar novos conteúdos. O prazo de validade do negócio vai depender da liberdade que as pessoas terão. Quando tudo se normalizar, as escolhas de entretenimento podem ser outras. Fora de uma pandemia, é inviável pensar em criar uma experiência dessa, que envolve custos absurdamente grandes. É um alto risco”, finaliza.
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