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O Paraná tem crescido no interesse de empresas em busca de um local para instalar suas bases de operações de vendas online, os e-commerce. Pelo menos duas empresas de grande projeção nacional estão em negociações avançadas com o governo estadual para aportarem na região. Outras já chegaram por aqui com investimentos milionários, caso do Grupo Boticário, que no ano passado anunciou investimento de mais de R$ 80 milhões para trazer de volta suas operações de venda digital cá.

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Boa parte dessa nova leva de interesse do setor no estado se explica por uma mudança de legislação tributária implementada no ano passado, quando a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) alterou as regras para que empresas do segmento se enquadrem no Paraná Competitivo, programa de incentivos fiscais.

>>>Confira na coluna de Roger Pereira quanto as renúncias fiscais custam ao estado

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“Já existia projeto de incentivo para e-commerce, mas ele exigia um investimento de 3,6 milhões de reais. Uma empresa de e-commerce não investe isso e não tem nem por que investir. Hoje, para que você consiga entrar no Paraná Competitivo, basta você investir 360 mil reais”, explica Nikolas Duarte Rosa, gerente de Mercado e Novos Negócios da Invest Paraná – a agência é a responsável pela atração de investimentos privados para o estado; após os contatos iniciais, encaminha os projetos para que a Sefa os enquadre (ou não) no programa de incentivos fiscais.

Duarte Rosa indica ainda que a política de crédito presumido (uma figura fiscal que alguns estados adotam e que reduz o ICMS nas operações de revenda para outros estados) coloca o estado à frente dos vizinhos de região para empresas interessadas em vendas online. “O e-commerce aqui do Paraná tem os incentivos mais agressivos da região Sul. Um produto que sai com a alíquota de 4% na operação para outros estados, você paga 1% apenas [no Paraná]. Cada produto que sai com 12% ou 7%, o estado devolve uma parcela significativa e você paga 2% apenas”, diz.

Para o gerente, a estratégia de renúncia fiscal compensa por gerar mais negócios no estado. E torna o Paraná um competidor até mesmo com estados mais maduros no segmento do varejo digital. “Onde essas empresas se estabelecem hoje é em São Paulo, por uma questão de que os grandes players [do varejo] estão lá. Mas as empresas de São Paulo que vendem aqui para o Paraná, para Santa Catarina ou Rio Grande do Sul pagam 4%, 12% ou 7% [de ICMS nas operações de venda]. São Paulo não tem incentivo para e-commerce", explica.

“[Há ganho] Se a empresa mudar para o Paraná e realizar suas operações daqui. Imagine uma operação em que você pagava 12% e começa a pagar 2%. Ou na que pagava 4% e passa a pagar 1%. Por isso que estão vindo players muito importantes”, diz o gerente da Invest.

A política mais agressiva de atração de investimentos tem campo aberto no estado. Por aqui, o segmento aumentou sua fatia no bolo nacional nos últimos dois anos – de cerca de 5% nas operações de e-commerce no Brasil para 7%. Um número ainda pequeno perto da representatividade dos paulistas, com quase 40% das plataformas de vendas online do Brasil.

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De acordo com Giancarlo Rocco, diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, a aposta nos e-commerce garante uma rede de mais negócios e empregos nos estados. Pelo menos duas grandes empresas – uma gigante nacional e uma internacional – estão em negociação avançada para instalar centros de distribuição no estado. O executivo não revela os nomes, mas adianta que a agência e esses grupos estão “em uma negociação muito boa”. “[Eles] Consideram o Paraná um grande hub logístico”, diz.