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Urnas eletrônicas
Urnas eletrônicas usadas nas eleições brasileiras| Foto: André Rodrigues/Arquivo/Gazeta do Povo

No centro de uma discussão sobre cibersegurança, as urnas eletrônicas das eleições de 2022 terão DNA paranaense. Vencedora em uma licitação iniciada em 2019, a Positivo Tecnologia deverá fornecer 32.609 equipamentos para o pleito do ano que vem. O contrato, no valor de R$ 137,9 milhões com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 18 de março.

A empresa paranaense venceu a licitação 43/2019 do TSE após uma longa disputa com o consórcio SMTT, formado pela britânica Smartmatic e pela norte-americana Diebold -- são duas empresas com experiência na fabricação de urnas eletrônicas; a segunda, inclusive, é uma das fornecedoras dos equipamentos ainda em uso no Brasil.

Já a Positivo Tecnologia estreia no segmento. Fundada em 1988 pelo hoje senador Oriovisto Guimarães (Podemos), a empresa ficou famosa pela fabricação de computadores. Hoje, Guimarães já não faz parte da sociedade da empresa, que é de capital aberto, mas tem o controle acionário nas mãos de cinco famílias.

Com sede em Curitiba, a Positivo Tecnologia tem fábricas no Paraná, na Bahia e no Amazonas. Sua estrutura inclui escritórios de representação em diversos países. Dona de marcas como Vaio, Compaq e Positivo, a empresa teve excelentes resultados no ano passado, mesmo em meio à pandemia.

A empresa começou a se relacionar mais intensamente com o poder público em 2012, vencendo uma série de licitações de órgãos de administração. Hoje, tem presença forte no fornecimento de computadores para estados e federação.

A conquista do contrato com o TSE veio após uma disputa que se arrastou por 2019 e 2020. Após ambas as concorrentes não terem cumprido especificações técnicas do edital na primeira versão de seus protótipos, em 2019, elas conseguiram na Justiça o direito a apresentar novas propostas. A licitação foi conduzida na modalidade técnica-preço, que não leva em conta apenas a proposta mais barata, mas, sim, a combinação de valor e qualidade do produto. A empresa paranaense teve o melhor desempenho técnico e também ofereceu a proposta mais barata.

Pelo contrato, a Positivo é a responsável pelo desenvolvimento do hardware e software das urnas, fornecimento de suprimentos, certificados e documentação.

Mas a empresa paranaense não é a única fornecedora das urnas eletrônicas brasileiras. Com um parque tecnológico com 470 mil equipamentos, o TSE usará esses novos equipamentos para substituir as urnas dos modelos 2006 e 2008, já obsoletas – são 83 mil unidades nesta modalidade. As urnas são projetadas para durar cerca de 10 anos.

A Positivo Tecnologia não respondeu aos pedidos do Paraná SA de comentários sobre a segurança das urnas.

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