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Com foco nos últimos anos em empreendimentos no interior do Paraná, a Pride Construtora volta a investir em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) no ano em que comemora dez anos de mercado. Após consolidar o Norte do estado, em especial a região de Londrina, como a principal praça de negócios da marca, a empresa volta olhar para o mercado da matriz para atender um novo público.
Se no interior a marca atua na construção de edifícios populares para acompanhar a geração de empregos nas indústrias do agronegócio, em Curitiba e RMC os empreendimentos serão de padrão médio. Nesse perfil, estão apartamentos de R$ 200 mil a R$ 500 mil, de dois a três quartos e suíte, para famílias com renda mensal de aproximadamente R$ 18 mil.
""Ano passado lançamos dois empreendimentos desse perfil em Curitiba, um no Bacacheri e um no Santa Cândida, além de um em São José dos Pinhais. Os três foram muito bem, o que nos motivou a investir mais nesse segmento aqui", explica o diretor comercial da construtora, Thiago Kuntze.
Para 2022, o plano é lançar quatro prédios nesse padrão: dois no bairro Portão, um no Água Verde e outro no bairro Rebouças. Com isso, a construtora pretende elevar de 5% para 30% os empreendimentos de médio padrão em sua cartela geral, fazendo com que esse tipo de imóvel tenha papel importante na meta de dobrar em 2022 pelo segundo ano seguido o volume de unidades vendidas.
Em 2021, a construtora já havia aumentado 99% o Valor Geral de Vendas (VGV, índice que calcula a receita de empreendimentos), evoluindo de R$ 128,8 milhões em 2020 para R$ 256,8 milhões ano passado. Agora, a meta é de que o VGV de 2022 alcance R$ 469,1 milhões.
"Continuamos muito focados nos empreendimentos Verde Amarelo [imóveis populares financiados pelo programa Casa Verde Amarela do governo federal]. Mas queremos diversificar. Temos também loteamentos industriais, além de empreendimentos em outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, mas voltamos a Curitiba para aproveitar esse bom momento dos imóveis de padrão médio", argumenta Kuntze.
Perfil aquecido
O perfil desse consumidor está aquecido, avalia o diretor comercial, porque as famílias estão cada vez menores. O preço alto dos terrenos na capital e cidades vizinhas também inviabiliza a construção de imóveis maiores. "As pessoas não estão deixando de comprar imóveis. Mas estão fazendo adaptações, comprando o que cabe no bolso delas", avalia o diretor da Pride.
Outro motivo que levou a Pride a investir no imóvel de padrão médio é que as construtoras que atuavam nesse setor não estão conseguindo acompanhar o aumento nos custos da construção civil, que subiram significativamente desde o início da pandemia. "Nosso plano é preencher esse espaço. Vamos ter margem menor, mas pretendemos ganhar no volume e em escala", argumenta Kuntze. "Há um buraco nesse segmento médio em Curitiba: empreendimentos abaixo de R$ 1 milhão não há mais construtoras grandes atuando", reforça.