A melhora nos indicadores da pandemia destravou um investimento de R$ 11,5 milhões da Expresso Princesa dos Campos, de Ponta Grossa. A viação paranaense, que ainda opera com 50% do volume de passageiros em relação à pré-pandemia, deve empregar o dinheiro para atualizar sua frota de 260 ônibus de viagem, de 600 veículos para entregas de encomendas e de sua estrutura de apoio, de acordo com o seu CEO, Gilson Barreto.
"Estamos preparados para atender os passageiros. Olhamos dia a dia, praça a praça, para saber como está a demanda, se a gente tem que abrir um horário adicional", aponta o executivo. "[Durante a pandemia] Nós freamos todos os investimentos que tínhamos programado. Depois de um ano e meio é que liberamos esses R$ 11,5 milhões para continuar crescendo”, diz.
Apesar disso, Barreto ainda mantém discurso comedido sobre a retomada do transporte de passageiros, um dos segmentos mais afetados com as medidas sanitárias e de restrição de circulação impostas para conter a Covid-19. "Temos um segundo semestre muito otimista, na medida em que a vacinação avança e as pessoas voltam a circular. Nosso desafio é saber em que nível isso irá retomar. Como o final do ano vai estar? Tem essa nova variante [a variante Delta do coronavírus]. Será que teremos uma terceira onda? Esperamos que não”, diz.
A Princesa dos Campos, como todas as outras empresas de ônibus atuantes no Paraná, viram suas receitas com o transporte de passageiros despencar no primeiro semestre de 2020, quando boa parte do estado estabeleceu barreiras sanitárias de controle da doença. A situação melhorou no segundo semestre, quando os números da pandemia deram uma arrefecida. A situação, no entanto, voltou a piorar no primeiro semestre de 2021.
Atualmente, a empresa de Ponta Grossa, que atua de São Paulo ao Rio Grande do Sul, transporta 50% do volume que transportava em 2019, por exemplo. Isso porque muitos destinos seguem fechados, excursões continuam proibidas em destinos importantes, como Aparecida do Norte (SP) e Gramado (RS) e ainda não há total confiança do usuário. Situações que tendem a se inverter nos próximos meses.
Ainda assim, há desafios para o setor, na análise do CEO da Princesa dos Campos. "Uma coisa é as pessoas estarem vacinadas. Mas precisamos que os locais estejam disponíveis e abertos e que as pessoas tenham saúde financeira, algo que a gente não sabe como está. Nós estamos apoiando com promoções e aguardando o apetite para que as pessoas circulem e circulem com segurança”, aponta Barreto.
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