Ouça este conteúdo
Produtores paranaenses de soja, sobretudo das regiões Sul e Sudoeste do estado, conseguiram uma vitória nesta semana para tornar suas produções mais seguras. O Ministério da Agricultura (Mapa) emitiu duas portarias que estabelecem regras para o plantio nos estados, incluindo um cronograma único de vazio sanitário para Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com a mudança, um pleito antigo dos sojicultores do estado e representantes do segmento, o risco de contaminação das lavouras paranaenses pela ferrugem asiática (ou ferrugem da soja), doença que tem se tornado mais agressiva a cada ano, diminuiu. É que, na prática, as medidas unificam o período de vazio sanitário, em que não se pode plantar determinada cultura, dos três estados. Esse período é importante para eliminar a ferrugem da soja de safras anteriores e evitar que ela siga viva em safras futuras.
Anteriormente, os estados podiam definir seus próprios períodos de vazio sanitário e até mesmo se adotariam ou não a prática. Santa Catarina costumava ter um cronograma de plantio diferente do Paraná -- com isso, existia o risco de a praga passar para as lavouras do estado.
“Com essas duas portarias da Secretaria de Defesa Agropecuária, o Ministério da Agricultura dá um grande passo no sentido de reforçar a necessária proteção do principal ativo agrícola do Brasil, que é a soja, contra a ferrugem asiática, estabelecendo uma linha importante para coexistirmos com essa enfermidade, controlá-la e combatermos”, disse em comunicado o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Além disso, as portarias mudaram o regramento anterior de que a semeadura deveria ter 110 dias. O período de cultivo será definido anualmente e levará em conta sugestões de órgãos como a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o que permitirá a extensão do período de semeadura.
Neste ano, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul terão seu período de plantação de soja entre 13 de setembro a 31 de janeiro.