De estagiário da Mondelēz Brasil à diretor do parque industrial da multinacional em Curitiba. Essa é a trajetória do executivo Cristiano Fernandes. Há 23 anos na mesma empresa, ele conversou com o Paraná S/A sobre as características imprescindíveis a um profissional que pretende entrar no mercado de trabalho. Entre as mais importantes ele citou a resiliência, a humildade e a busca constante pelo desenvolvimento pessoal.
Atualmente, Fernandes é gestor de uma equipe de 13 pessoas. A unidade da Mondelēz Brasil em Curitiba soma 2 mil funcionários.
Confira o bate-papo.
Conte um pouco da sua trajetória na empresa.
Comecei na Mondelēz Brasil em 1996, quando tinha 23 anos, como estagiário de engenharia mecânica, na planta em São Paulo. Depois, surgiu uma oportunidade como engenheiro de projeto júnior e comecei a crescer. Já em 2001, a empresa resolveu concentrar as operações de unidade de fabricação em Curitiba e vim transferido para cá. Foi quando me tornei coordenador pela primeira vez. Tive diferentes oportunidades dentro da empresa, inclusive, uma experiência internacional. Hoje, com 46 anos, sou diretor do parque industrial da multinacional em Curitiba.
Como foi a experiência internacional?
Fui transferido para o México [acompanhado pela família]. Lá, permaneci por mais de dois anos. Assumi a responsabilidade de tocar a maior unidade de balas da Mondelēz do mundo. Um ponto interessante é que foi um grande desafio, já que eu ainda não havia trabalhado com a categoria dentro da empresa. Comecei dentro da multinacional com o setor de chocolates, depois bebidas em pó, biscoitos e, por último, balas e gomas. Foi uma experiência importante também do ponto de vista cultural, em como adaptar o estilo de gestão em países culturalmente diferentes.
Fazer carreira dentro da Mondelēz trouxe a você um conhecimento em diferentes setores. Quais foram as maiores dificuldades e os aprendizados?
O que eu trago na bagagem, em relação as dificuldades, é que em quase todos os projetos, por mais que exista muito planejamento - e o planejamento é essencial - imprevistos acabam acontecendo. Por isso, é preciso muita resiliência dos profissionais e, também, humildade. Erros vão acontecer e é preciso assumí-los e superá-los. A margem de erro diminui a medida que se entende onde o processo é crítico. Em um fábrica, é no processo de produção. É importante conhecer as etapas, se conectar com os funcionários e escutá-los.
Como enxerga o perfil dos novos profissionais?
Vejo com bons olhos essa nova geração. São ansiosos pelo crescimento profissional. Uma grande diferença que vejo é em relação ao acesso as informações. Um exemplo é a rapidez na tomada de decisões. Antes, era preciso apurar muita coisa e isso levava tempo. Hoje em dia, está tudo à mão, disponíveis. É preciso analisar, checar e concluir, claro, no entanto, o processo é digital. A nova geração já vem com esse chip digital. Também trazem diferentes formas abordagens para pensar sobre um mesmo tema e acabam desafiando os gestores, o que é importante.
Qual conselho daria para um novo estagiário?
Quando somos universitários é difícil imaginar o emprego desconectado da nossa formação original, o que é algo aceitável. Mas é interessante perceber que o leque de possibilidades é infinito dentro de uma única formação. E que empresas grandes permitem essa flutuação por diferentes áreas. Depende muito do que o funcionário busca. É preciso buscar conteúdo sempre e, claro, unir o conteúdo à prática. Um conselho é nunca deixar de aprender, de procurar cursos, especializações.
Um exemplo dentro da Mondelēz é a Universidade Mondelēz. [Através da Universidade Mondelēz é possível acessar diferentes ferramentas para desenvolver capacidades e carreiras, com o objetivo de formar melhores gestores e líderes, e desenvolvendo especializações funcionais e outras experiências de carreira].
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