A consultoria e escritório de contabilidade ROIT divulgou os dados de desempenho de seu “robô” contábil, uma tecnologia desenvolvida internamente para automatizar os processos de lançamento. Em sete meses de operação, o software foi capaz de realizar um milhão de lançamentos contábeis de 400 empresas diferentes, um volume de trabalho que demandaria 30 funcionários para fazer.
Os dados impressionantes são explicados pelo investimento em técnicas de inteligência artificial como o machine learning e deep learning, processos onde o robô usa as experiências prévias para aprender e realizar tarefas como cruzamento de dados e histórico da empresa, de forma mais precisa e ágil.
“É uma redução de tempo assombrosa. O que antes era necessário de 15 a 20 dias para ser feito, hoje leva menos de dois", explica Lucas Ribeiro, sócio-diretor da fitench - financeira digital - curitibana.
O robô contador faz parte de um pacote de investimentos na ordem de R$ 5 milhões, realizados pela empresa em programação e desenvolvimento. Até novembro deste ano devem ser finalizados outros programas de inteligência artificial que irão também agilizar processos nas áreas fiscal, financeira e até mesmo RH, realizando a admissão e demissão.
“Nossa previsão é que quando esse pacote estiver completo vamos expandir nossa capacidade de atendimento em até 100 vezes”, garante Ribeiro. “O que fizemos foi inverter o fluxo. Tradicionalmente as empresas emitem em seus sistemas de gerenciamento notas e boletos, passam para o sistema bancário e por fim para a contabilidade, no final do mês. Com a inteligência artificial vamos pelo caminho inverso”, pontua.
De acordo com o executivo da ROIT, a tecnologia deve ser vendida para outros escritórios do país, na modalidade licenciamento. Segundo a empresa, nos últimos sete meses, ao menos 100 escritórios contábeis procuraram a fintech para sondar o produto.
Substituição de mão-de-obra
Longe de ser um motivo para demissões no setor, o robô contador aparece como uma ferramenta para liberar os profissionais para realizarem análises mais criteriosas de dados. Pelo menos é o que defende a ROIT, que garante que nenhum de seus funcionários foi dispensado após a implementação da tecnologia.
“Estamos falando sobre análises estratégicas que antes não eram possíveis fazer, já que os profissionais empregavam muito tempo e energia em processos repetitivos”, explica Ribeiro.
Para ele, o aprofundamento de análises vai criar uma demanda por profissionais que estejam mais capacitados em consultoria, além de mão-de-obra na área de tecnologia e desenvolvimento. “Estamos contratando 100 novos funcionários. Queremos atingir, como chamamos, o estado da arte da contabilidade, ou seja, a contabilidade passar a ser invisível e totalmente perfeita, com tecnologia e inovação", finaliza.
Especializada em empresas de grande e médio porte, a ROIT conta com 170 funcionários nas suas unidades em Curitiba, Brasília, São Paulo, Paraguai e no Vale do Silício, na Califórnia.
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