Placas solares da Romagnole Produtos Elétricos: empresa intensificou aposta em geração fotovoltaica| Foto: Divulgação
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Nem dólar alto, nem economia patinante. Para a Romagnole Produtos Elétricos, de Mandaguari, no Norte do Paraná, o ano de 2020 deve ser um divisor de águas nos 58 anos de história da empresa. A fabricante de transformadores, ferragens, artefatos de concreto e demais equipamentos de geração e transmissão de energia pretende superar, pela primeira vez, R$ 1 bilhão em faturamento no ano, se consolidando entre os pesos-pesados da economia paranaense.

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E a cifra deve ser alcançada com uma boa ajuda do sol. Nos últimos anos, a empresa intensificou seus investimentos no segmento da energia fotovoltaica, uma área em plena expansão no Brasil (principalmente pelos benefícios fiscais que perduram por anos sobre a matriz energética). Atualmente, a Romagnole lidera no estado (e está entre as principais do país) a fabricação de kits de captação de energia e outras ferragens usadas neste tipo de geração. E tem planos de entrar também na distribuição, com uma unidade desenvolvida especialmente para isso.

Embora o olhar tenha sido direcionado para o sol com mais intensidade somente recentemente, a empresa paranaense já havia dado seus primeiros passos no segmento em 2011. Somente em 2017, no entanto, encontrou o modelo de negócios ideal – o que é adotado por todo mundo hoje. “O mercado cresceu exponencialmente. Em 2017, paramos de vender unidades e passamos a vender estruturas a partir de 400 placas”, conta Ricardo Segura, diretor comercial. “Na época, tínhamos 10, 15 vendedores para falar de solar. Caiu para dois ou três. Em compensação, desenvolvemos os distribuidores [das placas]. Como a venda foi para o varejo, o comprador individual não precisava pagar PIS, Cofins e ICMS cheios”, explica.

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Com preços mais baixos, o volume de vendas passou a triplicar ano a ano.

Segura aponta que o mercado de energia fotovoltaica é dividido em três frentes: microgeração (de até 75 KW, para o mercado comercial e residencial); minigeração (de 75 KW a 5 MW, dependendo da legislação de cada estado) e a geração centralizada (que são as grandes usinas para fornecer energia em leilões do governo, por exemplo). A empresa do Norte do Paraná chegou a atuar neste terceiro segmento, mas de forma prematura. A estratégia foi, então, recuar para se fortalecer nos dois primeiros.

Agora, a geração de energia centralizada voltou ao radar do grupo. Em abril, no complexo de Mandaguari, a Romagnole coloca em funcionamento a Acron, unidade que será capaz de gerar, em seu ápice, 100 MW por mês. “Há dois anos nós fizemos alguns estudos para entrar no mercado de geração centralizada. Nele, temos dois submercados: o de leilões e o de energia livre. Hoje em dia quem busca um leilão não quer vender para o governo, que paga R$ 67 por MW. Ele [o fornecedor] está interessado em ter acesso à rede de transmissão, porque o leilão garante isso, e vender a energia no mercado livre a R$ 200, R$ 300 e até R$ 600 o megawatt”, explica.

Plano do bilhão

Apesar do crescente investimento, não será a energia solar a sustentar sozinha o ousado plano de entrar no grupo dos bilionários em faturamento. Segura não revela o peso da energia fotovoltaica nas receitas da Romagnole, mas classifica como uma “parte relevante”. Por enquanto, o carro-chefe ainda é a fabricação de transformadores, seguida dos artefatos de concreto (postes, por exemplo) e das ferragens (tanto para energia hidrelétrica, quanto solar). A produção principal se concentra no Paraná, embora a empresa tenha plantas em cinco outras cidades do país (para a produção de itens de concreto, exclusivamente). São mais de 2,3 mil funcionários, com 1,7 mil no estado.

Somadas, as vendas em todos os itens precisam crescer 17% ao longo dos 12 meses de 2020, nas metas da empresa. No ano passado, subiram 36%. Um voo alto, mas não impossível para um grupo familiar surgido em 1962 para fazer simples bancos de praças e tanques de concreto em uma cidade ainda em formação.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]