Dez empresas terão um desafio intenso nos próximos três meses: implementar soluções com o DNA paranaense no combate à Covid-19. Elas foram selecionadas em um edital público, o Saúde Tech. A parceria entre o governo do estado, a Fundação Araucária e o Senai garante um aporte de até R$ 140 mil para cada, além de treinamento técnico para que os produtos cheguem ao mercado.
São projetos como um aparelho portátil de desinfecção de ambientes, fruto de uma parceria entre duas profissionais do estado e a empresa Mão Colorida, de Curitiba. O equipamento lembra uma pequena luminária e é capaz de eliminar micro-organismos perigosos em áreas de 60 metros quadrados (é ideal para salas de espera, salas de triagem de clinicas médicas, escritórios, pequenos comércios e salas de aula, por exemplo).
A ideia das desenvolvedoras – a mestre em Design de Produtos Ana Claudia Gabardo e a doutora em Engenharia Aeronáutica Viviane Gaspar Ribas El Marghani – foi criar um mecanismo mais prático de desinfecção de ambientes. Hoje, essa limpeza é feita por tubos e dutos que exigem engenharia pesada. “Fechamos a parceria com a Mão Colorida para esse desenvolvimento, pois eles têm, além de uma equipe técnica altamente qualificada, um parque fabril bem grande e completo que infelizmente está subutilizado nesse período”, conta Gabardo.
Com o impulso do Saúde Tech, a empreendedora espera conseguir novos investimentos e produzir pelo menos 3 mil unidades do produto.
Outro selecionado é de Maringá: um software que usa inteligência artificial para monitorar o tráfego de pessoas nas cidades. “Para isso, consumimos as imagens de algumas câmeras públicas. O objetivo é que esses dados ajudem os órgãos públicos na tomada de decisão a respeito da manutenção/aplicação das quarentenas”, destaca o empreendedor Alan Melo Clapis, da EurekaLabs. A empresa, que atua há quatro anos com desenvolvimento de aplicativos móveis e outras tecnologias, já tem o algoritmo desenvolvido, mas espera o apoio do Senai para aprimorá-lo em aplicá-lo em outras cidades.
Senso de urgência
De acordo com Luiz Marcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, o chamado público concluído em cerca de um mês – prazo que surpreende por conta das burocracias tradicionais nos editais públicos – foi possível graças aos decretos de estado de emergência vigentes no Paraná. “Reduzimos em quase 80% do tempo normal de uma chamada. Isso ajudou na celeridade destes projetos”, destaca.
O diretor destaca que a união com o Senai também buscou acelerar as soluções, juntando o conhecimento científico dos membros da Superintendência de Ciência e Tecnologia do estado à capacitação técnica do Sistema S.
“Diferente de outras chamadas, procuramos projetos que já estivessem em fase final de desenvolvimento, em fase de pré-mercado. Era crucial que tivéssemos produtos para colocar no mercado e solucionar a pandemia. Não poderíamos esperar dois anos”, destaca Fabrício Lopes, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema Fiep. A partir de agora, as empresas serão guiadas pelo Senai de acordo com suas necessidades – poderá ser a compra de software, desenvolvimento de tecnologia ou treinamento de pessoal, para exemplificar.
Também pelo senso de urgência, a chamada não discriminou porte ou origem das empresas. “Temos algumas muito grandes e tradicionais, como as Tintas Renner; algumas médias e outras em estágio inicial, que ainda estão sendo aceleradas”, destaca Lopes. Isso ficou refletido no conjunto de produtos selecionados. “No caso da Renner, [a solução selecionada] é uma tinta antiviral. Eles já tinham domínio dessa tecnologia, só vão aplicar nas tintas. Tem um outro projeto que é a substituição de materiais usados na fabricação de álcool gel. Parece uma coisa simples, mas para produzir o álcool, alguns dos insumos são importados. Eles serão desenvolvidos aqui para que possamos fazer um álcool 100% brasileiro”, exemplifica.
De acordo com Lopes, as soluções devem chegar ao mercado em “no máximo em três meses”. “Tínhamos que ter uma capacidade de finalizar o projeto neste prazo. Estamos certos de que as dez (empresas) têm projetos muito poderosos e que no curto prazo ajudarão no combate ao Covid. Mas, claro, terão sucesso também depois, já que elas têm as suas preocupações econômicas. Estamos fazendo com que a empresa cresça e empregue pessoas. Isso volta para o estado”, avalia.
De acordo com a Fundação Araucária, o estado se beneficiará das soluções, ainda que o investimento esteja sendo feito na iniciativa privada. “A grande busca é solução para um problema do estado [a pandemia do novo coronavírus]. O que se tem é um compromisso que essas empresas possam oferecer as soluções com um diferencial para o estado do Paraná. Até mesmo em termos de custos. Oferecer os produtos e serviços com preços abaixo do mercado ou de mercado”, diz.
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