Inaugurado em 1996 no coração do Batel para o público de alta renda, o Shopping Crystal completa 23 anos de operação em 2019 consolidando um novo DNA: um shopping de vizinhança com operações gastronômicas exclusivas. Por enquanto, são três grandes: Coco Bambu, La Magique, inspirado na Disney, e o paulista Paris 6, que deve em breve abrir as portas. A chegada do concorrente Pátio Batel, em 2013, a menos de um quilômetro, obrigou o Crystal a arrumar a casa e encontrar um potencial que aproveitasse a excelente localização para oferecer algo único, que as pessoas só encontrariam no Crystal. A aposta foi na gastronomia e na conveniência. Em abril de 2016, o Crystal passou a ser administrado pela Argo, dando fim à gestão de cinco anos da BR Malls. Patrick Gil chegou em janeiro deste ano para assumir a superintendência do Crystal e dar sequência ao trabalho de transformação do shopping.
Que shopping Crystal você encontrou ao assumir a operação?
Eu assumi a operação há um mês e encontrei um shopping que é muito querido pelo morador do bairro, pelo curitibano, que reclama do fato de o shopping não ter se posicionado da melhor maneira. Se você não comunica bem o que você é e o que você tem, o cliente não vai saber. Mas existe um sentimento de dono muito forte por parte da vizinhança, tanto que quando o cliente vem conversar comigo para reclamar de algo, ele fala como se fosse da casa dele. Então, o trabalho que estamos fazendo agora é muito focado nessa questão do posicionamento, em deixar muito claro para o público consumidor que o Crystal é um shopping com um pilar de gastronomia muito forte. E a gente vai continuar ampliando esse pilar.
Sua vinda tem a ver com esse redesenho do posicionamento do Crystal?
Na realidade, não chega a ser um redesenho. Acho que a minha vinda tem muito a ver com o meu histórico profissional no desenvolvimento de negócios. Nos últimos quatro anos, viajei o Brasil todo, cuidando de 13 shoppings com minhas equipes comerciais. Isso acabou me dando uma visão muito grande sobre posicionamento. Eu acho que a minha vinda, na verdade, é a consolidação do posicionamento que já está bem definido, mas talvez não muito bem comunicado.
Esse novo posicionamento, de um shopping gastronômico, começou na gestão da Argo, em 2016?
Não exatamente, porque foi na gestão da BRMalls que o Coco Bambu se instalou aqui. O que a Argo fez foi dar mais foco e trazer outras operações para complementar esse pilar. A visão da Argo é que se é um shopping de gastronomia, então ele tem que ser o melhor. E ser melhor na nossa visão é ter operações exclusivas, porque é shopping de bairro, menor, temos concorrentes muito próximos, então, no nosso entendimento hoje é que temos que ser o melhor shopping de vizinhança do Brasil. Apostar em operações exclusivas é uma boa alternativa: Coco Bambu, La Magique e Paris 6, que vai inaugurar, só tem no Crystal, além outras atrações que estamos trazendo ainda em segredo e que a gente quer que só tenha aqui, para que o cliente não tenha escolha de ir no Crystal ou em um outro shopping. Ele vai ter que vir aqui.
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Esse viés gastronômico é o novo DNA do Crystal?
Não acho que é um novo DNA, mas um DNA já consolidado e reconhecido que a gente quer ampliar cada vez mais. O que eu acho interessante, quando começo a analisar, conversar com pessoas, pesquisar, é que essa questão da gastronomia do Crystal já seu tornou autônoma, não precisa mais forçar, tentar promover isso. Nossa ideia agora é continuar potencializando isso, já que é isso que o cliente quer.
Falando em ter operações exclusivas, que novas atrações o cliente pode esperar?
Nós estamos trabalhando para ampliar as operações exclusivas. O que a gente entende, contudo, é que ter operações exclusivas não necessariamente significa trazer grandes marcas de fora. Curitiba é uma cidade incrível que tem empreendedores seríssimos, muito competentes e a gente quer essas pessoas aqui dentro. Então, estamos sim conversando com algumas operadoras da cidade, alguns investidores e trocando muita experiência. A Argo entende que a melhor forma de desenvolver o shopping é por meio de um trabalho em conjunto entre a nossa competência, o que o lojista quer e principalmente o que o consumidor final e os investidores da cidade falam.
Em relação ao público, o posicionamento do shopping continua voltado para a classe A, como quando ele foi criado?
Na verdade, gente não escolhe o público, o público é que escolhe o shopping. Não temos como querer trocar o público hoje. O que queremos é ampliar a atração desse público que já conhece o Crystal como um ambiente agradável que é quase uma extensão da casa dele. O tempo de permanência é maior. Acho interessante observar as pessoas sentadas nos cafés, a forma que elas se sentam na cadeira, a percepção que passa é que elas estão no sofá de casa. É isso que a gente quer cada vez mais ampliar aqui: que as pessoas se sintam em casa, num ambiente agradável e seguro, com grandes marcas e perto da casa. Não é um shopping de conveniência, é um shopping conveniente, ele é tão dentro do bairro, tão dentro da casa das pessoas que ele é conveniente. Você desce de casa e está praticamente dentro do Crystal aqui no Batel.
Até recentemente o shopping apostou em algumas operações se serviços. Esse viés também vai continuar fazendo parte do novo DNA do Crystal?
A ideia não é conveniência, é ser conveniente. Por exemplo, hoje nosso vestuário tem marcas como Brooksfield, Le Lis Blanc, Vivara. Isso é conveniente para o cliente, que tem todas essas marcas muito próximas da casa dele. Não temos interesse em virar um shopping de conveniência que vai ter bancos, lotérica, farmácia. A gente quer ser um shopping conveniente.
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Qual é hoje a grande força do Crystal?
Quem estuda varejo de shopping sabe que há pelo menos dois princípios básicos: localização e mix. A localização é sem dúvida a grande força do Crystal. E também temos um mix muito bom, que a gente vai começar a comunicar de forma muito mais expressiva, afinal, muitos clientes não sabem as marcas que temos aqui, de altíssima qualidade. Vamos ampliar essa divulgação.
Qual o maior desafio na administração de um shopping?
O maior desafio de administrar um shopping é entender o que o cliente final quer e valoriza, afinal, quem manda no shopping é o consumidor, não é o empreendedor, não é o lojista, não é o funcionário. Além disso, ter que administrar várias empresas ao mesmo tempo. Isso demanda que a pessoa seja multitarefas porque vai lidar com operação, marketing, financeiro, comercia. A Argo já está no Crystal há três anos, acertando em algumas coisas, errando em outras e aprendendo com esses equívocos.
O que o consumidor pode esperar do futuro do Crystal?
Em relação ao mix, o cliente pode esperar pode esperar a ampliação do foco na gastronomia e um shopping cada vez mais conveniente, que faça com que o cliente se sinta em casa. O Crystal quer ser cada vez mais o melhor shopping de vizinhança de Curitiba.
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