Carol Nery, especial para a Gazeta do Povo
Para garantir a entrega do melhor projeto de construção civil, com redução de custos e melhorias no plano original, a startup curitibana Campestrini lançou a nova versão de sua plataforma online (app.campestrini.com.br), na tarde da última quinta-feira (8), durante a feira We Shape Innovation, um dos maiores eventos brasileiros de inovação e tecnologia em engenharia, na Expo Unimed Curitiba. Com base no BIM – Building Information Modeling (em português, Modelagem da Informação da Construção), o software ajuda as incorporadoras na gestão do desenvolvimento dos empreendimentos e facilita a relação com os clientes antes da contratação dos serviços.
O BIM trabalha com modelos 3D, mais fiéis ao produto final desejado, e agrega informações detalhadas de todas as partes envolvidas no planejamento de uma construção. Na plataforma, é possível tirar dúvidas via chat, entender detalhadamente os serviços da empresa, ver modelos dos produtos finais dos serviços e cláusulas contratuais de forma rápida, fácil e formalizada. “A ideia é que o cliente se sinta confortável para contratar o serviço. Tudo fica mais transparente para ambas as partes, reduzindo qualquer risco na contratação”, afirma o diretor da startup, Tiago Campestrini.
A Campestrini nasceu em 2006, para desenvolvimento de projetos de engenharia de modo tradicional. De 2012 a 2016 ficou incubada na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Antes de deixar a instituição, em 2015, foi lançada a primeira versão da plataforma. “Inicialmente, o uso era interno. Foram realizados 63 projetos e 450 simulações com incorporadoras de Curitiba e Londrina (PR), Balneário Camboriú, Florianópolis e Joinville (SC) e São Paulo (SP). Esta segunda versão é aberta e terá um alcance nacional”, explica Campestrini.
A plataforma pode ser usada de duas formas. Ela é gratuita, quando a empresa já tem um modelo de BIM e quer otimizar a gestão. Pode ser paga, caso haja interesse na contratação de serviços para criação do zero do modelo BIM, aprender a usá-lo e seus ganhos, por exemplo.
“Muitas ainda têm medo de usar o BIM, pois são muito apegadas a desenhos em CAD.” A grande vantagem, segundo Campestrini, é poder melhorar o produto, torna-lo mais atraente e tecnológico. “O gestor pode simular uma automação ou uma nova estrutura, caso seja verificado que o projeto inicial ficou com um custo muito elevado. Como consequência, vem a economia, podendo melhorar materiais, ou garantir um projeto sem fugir ao preço estipulado.” Os contratos custam a partir de R$ 2 mil por mês, que dão direito a 15 horas de serviços.
Campestrini aguarda aporte de R$ 1,2 milhão até dezembro de 2018
Desde 2012, a Campestrini foi viabilizada com recursos próprios, com investimento de R$ 350 mil. A startup também recebeu um primeiro investimento-anjo, cujo valor não é revelado. Prestes a se graduar no Sistema Fiep, a startup conta com a assessoria da incubadora para ser aprovada no edital Finep Startup, o que pode acelerar o desenvolvimento de tecnologia da aplicação. “Passamos por todas as etapas e agora o processo está em fase burocrática. O aporte de R$ 1,250 milhão está previsto para chegar até o final do ano.”
A Campestrini tem hoje mais três sócios e um total de 17 funcionários. A meta é chegar a 40 colaboradores até dezembro de 2018 e a 120 no final do ano seguinte. A startup não informa o faturamento atual, apenas que pretende fechar 2019 com um crescimento de 800%. “Serão alguns meses de testes do sistema, para acertar o modelo. Para março do ano que vem faremos o lançamento nacional da plataforma.”