A onda das startups que oferecem sistemas digitais de pagamentos alcançou as igrejas brasileiras. O tabu de arrecadar o dízimo utilizando máquinas de cartão parece estar superado. Prova disso são os 500 clientes conquistados pela fintech Servo Fiel nos últimos três anos. A empresa, de Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná, coleciona uma carteira de clientes que incluem não só templos católicos, evangélicos e demais protestantes, em 18 estados do país, como também instituições que organizam festas beneficentes, religiosas ou temáticas.
Para se firmar nesse mercado, a startup criou três sistemas financeiros virtuais. O primeiro deles, o Servoticket, um software de gerenciamento de negócios que emite relatórios financeiros, controla o caixa, mantém um histórico dos fiéis, entre outras soluções administrativas. O segundo e mais popular, a maquininha Dízimo Fiel, aceita contribuições em dinheiro, cartão de débito e crédito ou até mesmo através da leitura de pulseiras especiais, usadas por fiéis que contribuem regularmente para a manutenção dos templos e obras religiosas.
App Sou Dizimista
A última e mais recente solução lançada pela empresa é voltada para os dizimistas. O aplicativo Sou Dizimista reúne não só um histórico de todas as contribuições, como também permite que o fiel faça a doação para qualquer igreja cadastrada no sistema, em qualquer parte do país, além de receber comunicados das paróquias diretamente em seu celular.
“Agora notamos que há uma maior abertura dos líderes que estão à frente da gestão das igrejas, para novas tecnologias. Claro que ainda temos pessoas que acreditam que, por se tratar de um templo religioso, é necessário continuar fazendo as coisas da mesma forma que se fazia há mil anos”, explica a gerente comercial da Servo Fiel, Rosangela Nonemacher.
“O convite que fazemos é olhar como a tecnologia pode servir à evangelização. Oferecemos uma profissionalização e transparência para as arrecadações dentro da igreja e, graças a essa possibilidade de prestação de contas, vemos que há um movimento de aceitação positiva deste serviço”, comentou.
Como tudo começou?
Voluntários na festa anual em devoção ao padroeiro de Dois Vizinhos, os sócios Marcos Leandro Nonemacher e Júlio Antunes perceberam que podiam usar a tecnologia para melhorar o controle de arrecadação com a venda de comida aos fiéis, como também o atendimento que era prestado, acabando com as intermináveis filas.
Ainda como voluntários utilizaram o conhecimento na área para desenvolver o piloto do Servoticket e inserir o sistema de gestão dentro de uma máquina de cartão. A aceitação na paróquia foi tão positiva que os empresários viram ali uma oportunidade de negócio. Junto com Rosangela fundaram a Servo Fiel, no inicio de 2016.
De lá para cá o faturamento da empresa quadruplicou. Inseridos na incubadora tecnológica Sudotech, os empresários esperam, até o início do ano que vem, conseguir cadastrar no aplicativo Sou Dizimista, pelo menos, metade de todas as 12 mil paróquias do país.
“Hoje o nosso atendimento e treinamento é todo remoto. A tecnologia nos apoia para ter esse crescimento estrondoso”, garante a gerente comercial.
Com uma equipe de apenas sete pessoas, incluindo os três sócios, a Servo Fiel está na fase de pulverização de suas plataformas.
“Acreditamos que nosso produto já está consolidado e aceito pelo público. Os três sistemas, trabalhando de forma integrada conseguem desenvolver um relacionamento muito próximo da comunidade, levantando dados como faixa etária e periodicidade das contribuições. É mais do que só a gestão financeira”, arremata Rosangela.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Copom aumenta taxa de juros para 12,25% ao ano e prevê mais duas altas no próximo ano
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast