Resina 3D Cosmos da fabricante Yller pode ser usada em qualquer peça de densidade dura da odontogia: empresa prevê expandir novamente com aumento da demanda.| Foto: Divulgação Yller
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Principal fabricante de resina 3D para o mercado odontológico do Brasil, a Yller investiu R$ 10 milhões para trazer no começo do ano uma parte da produção de Pelotas (RS) para Curitiba. A marca é uma das subsidiárias da Neodent, maior fabricante de implantes dentários do Brasil, cuja sede é na capital paranaense.

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A migração da linha de produção de resinas já quadruplicou a capacidade da Yller, passando de 17 toneladas anuais para as 71 toneladas que serão fabricadas nesse ano. A meta agora é de que, com o crescimento contínuo da demanda odontológica por resina 3D, a capacidade da planta quadruplique novamente já em 2023, chegando a 300 toneladas. Além da resina, a Yller produz outros 140 itens dentários.

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De nome comercial Cosmos, a resina 3D da Yller é um material acrílico que permite impressão em três dimensões a partir de imagens captadas por scanner. O processo permite a produção de todo material odontológico de densidade dura, como dentes provisórios e placas de bruxismo.

A planta da Yller em Curitiba é no complexo industrial da Neodent no bairro CIC, onde devem ser criados 700 empregos diretos em todo grupo Straumann, dona da Neodent.

"Em Pelotas havia limitação de espaço e logística, o que impedia aumentar a produção. Em Curitiba, a fábrica é quatro vezes maior, além de ter estrutura mais moderna, com equipamentos de ponta", justifica o diretor comercial da Yller, Jonathan Santana, que já prevê mais crescimento depois de 2023. "O plano é de que a capacidade que planejamos atenda a demanda pelo período de três a quatro anos e na sequência a estrutura de produção volte a crescer em Curitiba", planeja.

Além do mercado nacional, a Yller exporta resina para países da América Latina, Europa e Estados Unidos. Com o ganho produtivo na fábrica de Curitiba, a empresa pretende entrar no mercado chinês até 2025.

Neodent e demanda

A Neodent adquiriu a marca gaúcha em 2019. O plano era não só atender e aumentar os clientes da Yller, mas também garantir fornecimento de resina 3D para os próprios produtos da marca paranaense.

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Na negociação há três anos, a Neodent já previa aumento da demanda na sua produção com o desenvolvimento de sua linha de alinhadores invisíveis Clearcorrect, cuja produção no Brasil começou em 2018.

Fábrica da Yller em Curitiba quadruplicou produção de resina dentária 3D com previsão de nova expansão já em 2023.| Foto: Divulgação Yller

Inaugurada em 2012 como fabricante de peças dentárias convencionais, a Yller detectou em 2014 que a alta demanda por resina 3D no mercado odontológico permitiria a criação de uma indústria nacional do material.

Após quatro anos de pesquisa e desenvolvimento, a empresa lançou a tecnologia para produzir a própria resina 3D. E logo chamou a atenção no mercado, despertando o interesse da Neodent.

"A resina 3D levou a Yller a um crescimento muito rápido pela demanda que o mercado exigia. Tanto que tivemos que antecipar em um ano o lançamento da resina, que originalmente era para ser em 2019, porque na época os dentistas estavam desesperados pelo produto", afirma Santana.

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Até a Yller lançar a resina, o mercado se restringia a poucos fornecedores nacionais com limites na produção. A maior parte do material até então era importada da Europa, em especial da Alemanha, o que encarecia os produtos.

Em 2019, o litro da resina custava em média R$ 2 mil. Com a produção da Yller, em cinco anos o valor caiu 70%, com o litro hoje em aproximadamente R$ 600. "E deve baratear mais ainda com a demanda pelo produto", prevê Santana.

Velocidade na produção

A principal redução de custo das peças com resina 3D é na velocidade de produção. O diretor comercial da Yller explica, por exemplo, que para se imprimir um dente provisório pelo processo de impressão de três dimensões leva-se em média apenas 15 minutos. Já no processo convencional de moldagem o prazo chega a 48 horas, "isso se o laboratório for rápido", enfatiza o diretor.

Santana explica que enquanto no processo convencional de moldagem são seis etapas de produção, na moldagem 3D são apenas duas: digitalização da imagem no scanner e impressão.

"O processo convencional demora porque são muitas etapas e em cada uma tem que esperar o material secar para ir para o próximo passo", explica o representante da Yller. "Há ainda uma perfeição muito maior no produto feito no processo 3D, já que o processo convencional é praticamente artesanal, em que a qualidade depende totalmente da mão de obra", complementa.

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