Com investimento de R$ 7 milhões, a rede de supermercados Bahniuk, da cidade de Mallet, no interior do Paraná, vai inaugurar até o começo de agosto a própria usina remota de energia fotovoltaica. A estrutura terá capacidade de 150 mil quilowatts hora, o equivalente ao consumo de mil residências, e será a maior usina remota a atender supermercados no estado.
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A energia solar será para abastecer integralmente nove das 11 lojas do grupo na Região Sul. Esse é o primeiro passo da rede de varejo que já planeja estender a operação, produzindo e vendendo energia limpa e renovável para outros consumidores [leia mais abaixo].
Serão abastecidos pela usina solar os mercados nas cidades de Mallet, Antônio Olinto, Inácio Martins, Paula Freitas, Paulo Frontin, União da Vitória e a loja de Palmeira, a ser inaugurada nessa semana. Nas outras duas lojas, de maior porte, o investimento na usina é inviável pelo alto consumo de energia elétrica. Essas duas unidades vão comprar energia no mercado livre também como forma de reduzir custos.
Apesar de a energia ser consumida pelos mercados Bahniuk na Região Sul do estado, a energia será produzida a cerca de 500 km de distância, no município de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná.
"A escolha pelo local foi pelo fato de o Oeste ser um dos melhores pontos de irradiação solar no Paraná. Em Mallet a produção seria 15% menor do que será em Marechal Cândido Rondon", explica Eduardo Hahn de Castro, presidente da Sion Energia, empresa de Curitiba responsável pelo projeto e concepção da estrutura para o Supermercado Bahniuk e que administra outras 17 usinas e desenvolve mais 16 projetos em seis estados brasileiros.
Castro explica que a produção da usina não vai diretamente para os supermercados. Como define a regra energética no país, os quilowatts hora obrigatoriamente serão inseridos no Sistema Interligado Nacional (SIN) para distribuição geral. O valor financeiro equivalente dessa transação será abatido pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) mensalmente na conta de luz da rede de supermercados.
Do varejo para o mercado de energia
Inicialmente, o plano do supermercado é gerar a própria energia para reduzir gastos. Só os refrigeradores consomem 70% de toda energia elétrica das lojas. A meta é recuperar em quatro anos os R$ 7 milhões investidos na usina em Marechal Cândido Rondon.
A longo prazo, o grupo já se planeja para aumentar a produção e vender energia elétrica fotovoltaica a outras empresas consumidoras. Tanto que a família dona do supermercado já tem uma empresa de energia limpa e renovável.
A UFV Bahniuk compõe o grupo com outras quatro companhias: o próprio supermercado, uma marca de atacado, uma empresa de panificação e uma transportadora que, juntas, somam 650 funcionários.
"Já estamos fazendo estudos para novas usinas, mas nesse caso é para vender energia. A nossa visão é a longo prazo, já que agora ainda não é rentável, mas o consumo de energia elétrica vai aumentar muito e ficar mais cara no futuro", explica Clemente Bahniuk, diretor do grupo.
Clemente explica que o Bahniuk vem verticalizando cada vez mais as operações, sempre com negócios relacionados ao supermercado inaugurado pelo pai dele há 44 anos. Tanto que as outras quatro empresas do grupo fornecem serviços ao braço varejista. No caso da UFV Bahniuk, o plano é que o braço energético do grupo abasteça não só as próprias lojas, como também atenda outras empresas.
"Na minha visão, a energia é o negócio do futuro. Ainda mais nesse caso, que é de fonte limpa, que não agride o meio ambiente. Por isso estamos considerando esse como um bom investimento lá na frente", afirma Clemente, citando a expansão da venda de carros elétricos como principal exemplo da necessidade de se aumentar a produção de energia elétrica para os próximos anos.
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