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A nova linha de carros elétricos da linha E-Tech da Renault, lançada no início de setembro no evento E-Tech 100% Electric Days, em São Paulo, chega ao Brasil e toda a América Latina recheada de tecnologias trazidas da Fórmula 1. Segundo a montadora francesa, essas novidades, aliadas à potência dos novos modelos, devem trazer ainda mais economia para o bolso dos motoristas.
Nesta terceira reportagem da série do papel do complexo em São José dos Pinhais no plano de massificação de carros elétricos com investimentos de R$ 2 bilhões da Renault, a coluna Paraná S/A traz mais detalhes sobre os novos veículos lançados pela gigante francesa que no futuro devem ser fabricados no complexo industrial na Região Metropolitana de Curitiba a partir da nova plataforma CMF-B que vai ser instalada na sede brasileira no Paraná.
Nome e tecnologias da Fórmula 1
Os novos Kwid, Zoe, Megane, Master e Kangoo apresentados no evento da Renault em São Paulo trazem consigo um sobrenome imponente, E-Tech.
O sistema, que alia facilidade de recarga, potência e baixo custo por quilômetro rodado, chega às ruas direto das pistas da Fórmula 1, onde desde 2009 os motores vêm contando com unidades de potência movidas a energia elétrica.
Os carros Alpine A522 guiados pelo bicampeão da Fórmula 1 pela escuderia francesa Fernando Alonso e Esteban Ocon eram frutos das pesquisas da Renault na eletrificação dos carros: o motor E-Tech RE22, de onde diversas características são levadas para os utilitários e carros de passeio da montadora.
>> SÉRIE ESPECIAL CARROS ELÉTRICOS DA RENAULT <<
Autonomia de 300 km e recarga em tomada convencional
Uma das características absorvidas dos protótipos da Fórmula 1 é a confiabilidade no sistema de baterias. Com apenas uma carga completa, o Kwid E-Tech é capaz de rodar por quase 300 quilômetros.
Nas contas do presidente da Renault no Brasil, Ricardo Gondo, a autonomia é mais do que suficiente para atender ao uso normal de um carro como esse, de perfil urbano. “Assim como o Zoe e o Kangoo, o Kwid E-Tech é um carro voltado ao público das cidades, que roda por cerca de 100 quilômetros por dia”, aponta o executivo.
A recarga da bateria, explica o presidente da multinacional francesa no Brasil, pode ser feita durante a noite, em uma tomada convencional. “A mesma que usamos para carregar o celular ou ligar o computador”, enfatiza Gondo. A montadora garante a vida útil das baterias de íons de lítio, menos suscetíveis ao temido efeito memória e perda gradual de capacidade de carga, por até oito anos ou 120 mil quilômetros rodados.
Até cinco vezes mais econômico
Nas contas da montadora, o Kwid E-Tech pode ser até cinco vezes mais econômico do que a versão convencional de motor à combustão.
Considerando que o valor médio de 1 quilowatt-hora de energia elétrica no país é de R$ 0,66 e o preço médio do litro de gasolina no Brasil é de R$ 5,17, cada quilômetro rodado no Kwid E-Tech teria um custo de R$ 0,06 contra R$ 0,34 da versão convencional.
Ainda assim, os 65 cv de potência do compacto garantem uma aceleração de 0 a 50 quilômetros por hora em 4,1 segundos.
Sistema de freios que recarrega a bateria
O sistema de freios dos veículos da nova linha E-Tech também chega repleto de tecnologias da Fórmula 1.
O sistema de frenagem regenerativa nos novos carros da Renault recupera parte da energia dissipada pelo uso dos freios na forma de energia elétrica, que volta para a bateria do carro. Dessa forma, é possível carregar o veículo durante o uso, estendendo a autonomia.
Megane E-Tech com motor 220 cv e autonomia de 450 km
No novo Megane E-Tech, essa tecnologia está presente com quatro diferentes níveis de atuação. O hatch, que já tem mais de 30 mil unidades vendidas na Europa desde que foi lançado em maio deste ano, chega ao Brasil no primeiro semestre de 2023.
Sua motorização vai entregar 220 cavalos de potência com 300 Newton-metro de torque, o que deve permitir uma aceleração de 0 a 100 quilômetros por hora em pouco mais de 7 segundos.
A bateria garante ao Megane E-Tech autonomia de 450 quilômetros com uma carga completa. Conectada a um carregador DC rápido, é possível garantir uma carga suficiente para 100 quilômetros de deslocamento em apenas 8 minutos.
Primeiro representante da linha Nouvelle Vague de design da marca francesa, o Megane E-Tech conta também com a utilização de produtos têxteis e plásticos oriundos de materiais 100% reciclados.
Segundo as especificações da Renault, ao final de seu ciclo de uso será possível reciclar até 95% do Megane E-Tech - o que reforça o apelo ambiental da marca.
Ainda não há informações sobre o preço de lançamento do novo hatch no Brasil.