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Produtor rura planta muda de araucária em área-piloto do projeto, em Urubici (SC).
Produtor rura planta muda de araucária em área-piloto do projeto, em Urubici (SC).| Foto: Divulgação / Apremavi

Uma iniciativa entre a multinacional de embalagens Tetra Pak e a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), uma Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) de Santa Catarina, pretende restaurar parte da floresta de araucárias no Paraná. O primeiro passo foi dado com o lançamento do projeto Conservador das Araucárias, que será dividido em duas fases e tem como objetivo restaurar quase 7 mil hectares de Mata Atlântica com o plantio de araucárias. O total equivale a cerca de 9,8 mil campos de futebol entre os estados de Santa Catarina e Paraná.

Com o lançamento do projeto, no fim de abril, teve início o plantio de 80 hectares em uma área-piloto, no município catarinense de Urubici. As expectativas dos idealizadores do projeto é de que nessa área inicial seja possível capturar cerca de 70 mil toneladas de carbono equivalente ao ano.

“O Conservador das Araucárias é a nossa resposta ao chamado das Nações Unidas de fazer desta a década da restauração de ecossistemas”, explica Julian Fox, Diretor Global de Nature Programs na Tetra Pak. “Estamos entusiasmados com as perspectivas deste projeto, que visa conectar diversos grupos da sociedade brasileira no desenvolvimento de um modelo inovador, unindo restauração ambiental e análise de captura de carbono para mitigação das mudanças climáticas e recuperação da biodiversidade”, acrescentou.

As metodologias aplicadas na área-piloto serão, após um ano, replicadas em outras propriedades rurais de Paraná e Santa Catarina. Entre as ações, como explica a conselheira e co-fundadora da Apremavi, Miriam Prochnow, estão o plantio de mudas nativas e o enriquecimento ecológico de florestas secundárias, de forma a conduzir à regeneração natural das áreas de araucárias.

“No longo prazo, as áreas restauradas serão integradas a corredores ecológicos, reduzindo a pressão sobre as espécies animais ameaçadas de extinção como o papagaio-do-peito-roxo e o veado-campeiro. Essas ações são fundamentais para a proteção da biodiversidade, a restauração da qualidade do solo e na manutenção da disponibilidade de água da região”, detalhou a integrante da Oscip.

Assim que as áreas de floresta de araucárias forem sendo recompostas, a Tetra Pak vai certificar os territórios de acordo com parâmetros internacionais já utilizados em projetos semelhantes. Como forma de atrair novos parceiros para o projeto, a multinacional vai ajudar na identificação e na certificação de uma área ainda maior de Mata Atlântica: serão 13,7 milhões de hectares – uma área equivalente à Inglaterra – abrangendo também parte do estado de São Paulo, além de Paraná e Santa Catarina.

Ao longo dos anos, a expectativa dos organizadores é que a participação no projeto possa gerar benefícios sociais e econômicos à toda a região abrangida pelo “Conservadores das Araucárias”. Proprietários rurais que aderirem à parceria e adequarem suas propriedades à legislação ambiental poderão ter, no Programa de Pagamento por Serviços Ambientais vinculado a créditos de carbono, e assim ter uma oportunidade de diversificação de renda.

O território total a ser beneficiado pelo projeto abrange 107 Unidades de Conservação, 23 quilombos, 47 terras indígenas demarcadas e 220 assentamentos da reforma agrária. Para fazer parte do projeto, os proprietários rurais devem buscar informações junto ao site oficial do “Conservadores das Araucárias” – os requisitos e os prazos para fazer parte do projeto serão divulgados em breve.

“Este é um importante passo para a Tetra Pak globalmente e em nosso país rumo a liderança na transformação da sustentabilidade. Nós já somos reconhecidos pelo compromisso de longo prazo com o meio ambiente e a cadeia de reciclagem, e este projeto reforça a nossa jornada em sustentabilidade, encorajando proprietários de terras rurais a se tornarem aliados na preservação e conservação destas áreas, enquanto poderão ter uma diversificação de renda”, complementou Marco Dorna, presidente da Tetra Pak Brasil.

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