Três startups de Curitiba estão entre as 42 selecionadas pelo TechEmerge, programa do IFC (International Finance Corporation), braço do Banco Mundial, que selecionou empresas referência em tecnologia em saúde do mundo inteiro. Entre elas, as curitibanas Hi Technologies, Robô Laura e Nagis Health.
O TechEmerge é um programa que conecta grandes empresas do mercado de saúde, em países emergentes, a tecnologias inovadoras. Começou na Índia, país que tem um mercado consumidor muito grande e forte potencial de tecnologia. Esta segunda edição foi realizada no Brasil.
“O que nós buscamos são projetos que possam tornar a saúde mais acessível para as pessoas, barata, com diagnósticos mais eficientes. Não basta ser de ponta, do ponto de vista tecnológico” e ser caro, explica a líder de projetos do segmento de capital de risco do IFC, Iris de Graaf, em entrevista à Gazeta do Povo.
Na prática, o IFC é um grande mediador de networking. As startups participantes contam com a chancela de um braço do Banco Mundial para entrar em grandes players, que costumam ser rígidos na hora de incorporar uma inovação.
De seu lado, as corporações contam com o filtro de uma seleção internacional. O IFC indica startups que já provaram sua validade e buscam agora ganhar escala.
Além disso, o programa tem um caráter internacional. As 42 selecionadas para a etapa brasileira são de 9 países diferentes. Há, ainda, a perspectiva de ajudar as startups na internacionalização, já que as soluções criadas no Brasil podem ser aproveitadas em outras realidades.
Em um primeira etapa – realizada nosdias 28 e 29 de junho, em São Paulo – as startups se apresentam para executivos de grandes empresas. No Brasil, participaram redes como os hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, o Grupo Fleury e a Rede D’Or.
A rodada de negócios cabe às próprias empresas. O IFC pode subsidiar parte da implantação dos projetos (há um fundo de US$ 1 milhão disponível para isso). “A ideia é disponibilizar este dinheiro para acelerar, tornar mais rápida a adoção de tecnologia por parte destas grandes empresas de saúde”, explica Iris.
Há mais de 10 anos no mercado e presente em mais de 50 cidades do Brasil, a Hi Technologies já contam com alguns clientes de peso. Recentemente a startup fechou parceria com as redes de farmácia Nissei e Panvel, para disponibilizar um método de exame clínico “de bolso”, com uma tecnologia que permite que qualquer lugar se configure em laboratório de análises clínicas. A Hi também tem como parceira estratégica a Positivo Tecnologia, umas das principais empresas do setor do país.
Mesmo assim, o TechEmerge abriu portas até então intocadas pela startup. “Estamos com resultados muito bacanas nas farmácias e sentimos que é hora de ir para um grande hospital, ter resultados mais ousados com grandes players”, resume Marcus Figueiredo, CEO da Hi Technologies.
A startup tem até agosto para enviar para o IFC os projetos que negociou com os possíveis novos clientes, para então receber o aporte financeiro que irá auxiliar na implantação.
Há planos de aproveitar a tecnologia da Hi para soluções que acelerem o fluxo de pacientes em pronto atendimento e a rotina em UTI de hospitais.
Outras startups
Além da Hi, foram selecionadas pelo IFC as startups curitibanas Robô Laura e Nagis Health. Criado por Jacson Fressatto, o Laura identifica sinais precoces da sepse, ao analisar exames e dados vitais dos pacientes. A primeira aplicação foi no hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba.
Já a Nagis Health atua na remuneração de hospitais, clínicas e laboratórios, para reduzir o custo de operadoras de saúde. A empresa oferece softwares e serviços de gerenciamento de saúde, capitação e meios de pagamento.
Curitiba é a segunda cidade brasileira com mais startups selecionadas pelo IFC, atrás apenasde São Paulo, com 5. Grandes centros como Rio de Janeiro e Brasília não tiveram nenhuma empresa entre as finalistas. As startups brasileiras competiram com mais de 200 inscritas do mundo todo.
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