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A Copa do Mundo do Catar começa em 20 de novembro, mas a produtora de azeitonas Vale Fértil iniciou a operação com dez meses de antecedência, em janeiro, para garantir o petisco na mesa da torcida brasileira.
O plano é com o Mundial fechar o ano de 2022 em 20 mil toneladas de azeitonas vendidas. Um acréscimo de 10% em relação ao montante vendido em um ano convencional antes da pandemia de Covid-19.
A indústria de São José dos Pinhais, na grande Curitiba, planeja com o Mundial aumentar de 12% a 16% as vendas de fim de ano, as quais já têm acréscimo natural de 20% a 25% pela data.
"Nosso pico de vendas sempre é no fim do ano, quando, além de aperitivo, a azeitona também vai nos pratos consumidos no Natal e ano novo. Mas nesse ano teremos a Copa no verão, o que trará um aumento significativo nas vendas", avalia o diretor comercial da Vale Fértil, Marcelino Campos Vidal Jr. "Nada melhor para acompanhar um jogo de futebol do que cerveja e uma boa azeitona, que é um petisco prático, rápido e saudável", completa o executivo.
O Brasil é o segundo maior importador de azeitonas do mundo, com 18% das aquisições. Fica atrás somente dos Estados Unidos, que absorve 24% de todas as importações globais do fruto da oliveira. E como a maioria dos produtos importados, a azeitona foi bastante impactada pelo contexto econômico mundial dos dois últimos anos, em especial pela pandemia e a guerra na Ucrânia, que criaram dificuldades cambiais e logísticas.
Por isso, aponta Vidal Jr, a Copa reforça as vendas em um momento de recuperação econômica. "Estamos confiantes de que a Copa do Mundo vai trazer números ainda melhores não só para a Vale Fértil como para a economia brasileira", confia o diretor comercial.
Planejamento
A Vale Fértil começou a reforçar o estoque de azeitonas já em janeiro justamente para atender a demanda do fim do ano com a Copa do Mundo. "Tivemos que nos adiantar pelo histórico dos dois últimos anos de desabastecimento e pelo aumento da demanda que terá no fim do ano", explica Vidal Jr.
O diretor comercial explica ainda que a safra de azeitona não é disponível o ano todo. O que já exige naturalmente um planejamento detalhado, o qual foi reforçado esse ano por causa da disputa no fim do ano.
A safra, explica o diretor da Vela Fértil, vai do fim de fevereiro a junho no hemisfério Sul e do fim de novembro até fevereiro no hemisfério Norte. "Por isso tivemos que trabalhar previsibilidade de antecipação das compras", reforça.
Dentro dessa necessidade de antecipar o estoque, a Vale Fértil ampliou o depósito de produtos acabados. O novo centro de distribuição é agora fora da fábrica em São José dos Pinhais. A empresa conta ainda com uma unidade em Recife (Pernambuco).
O novo centro de distribuição já vinha sendo planejado desde 2021 para atender o aumento natural do faturamento, que vem batendo a casa de dois dígitos nos últimos anos. Porém, admite Vidal Jr, a nova estrutura vai ser imprescindível para atender o salto de vendas com a Copa do Catar.
Novidades nos supermercados
A líder de vendas de azeitonas também fará um reposicionamento de seus produtos nos supermercados e varejo em geral para estimular as vendas. Assim como faz em todas as Copas do Mundo, a Vale Fértil vai colocar os potes de azeitonas nas prateleiras próximas de produtos com os quais tem afinidade no período. Em especial, cerveja e carne.
"A azeitona tem um casamento perfeito com cerveja, o que leva a uma venda por aproximação. Outro local apropriado é o açougue porque a pessoa pode comprar a carne e a azeitona para o aperitivo no churrasco", avalia Vidal Jr.
A empresa também chega ao Mundial com novos produtos. Entre eles, azeitona recheada com alho, graúdas temperadas de anchova, graúdas mexicanas, além da reformulação das recheadas com pimentão, que passam a ser com o vegetal in natura e sem conservantes. Há também o snack de aceitona Oliv, com porções individuais de 50g.
Rival em campo, reforço à mesa
Se no Catar a Argentina de Messi pode ser uma pedra no sapato na busca do hexa, na mesa é um forte aliado dos brasileiros.
Em torno de 35% da azeitona vendida pela Vale Fértil é produzida na Argentina, em fazendas da própria empresa nas províncias de La Rioja e Mendoza, nas proximidades da Cordilheira dos Andes. O restante é importado de outras propriedades da própria Argentina, além da Espanha e Peru.
"Quem sabe não tenhamos uma comemoração totalmente sul-americana na Copa: título do Brasil comemorado com azeitona argentina", brinca Vidal Jr.