Referência na venda de alimentos saudáveis, a Vapza registrou aumento de 28% no faturamento no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento segue na esteira de 2021, quando a indústria de Castro, na Região dos Campos Gerais, fechou o ano com crescimento de 23% nas vendas.
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A empresa, que tem 375 colaboradores diretos e 500 indiretos, não revela valores do balanço fechado. Mas confirma que tem tido crescimento de dois dígitos nas vendas nos dois últimos anos. Um dos fatores que colaborou para esses números positivos foi a mudança nos hábitos do consumidor durante a pandemia.
A crise sanitária fez com que muitas pessoas tivessem que trabalhar em casa, em home office. Com isso, a Vapza perdeu vendas no food service - restaurantes, lanchonetes, bares e outros estabelecimentos que vendem comida pronta. Essas vendas ganharam força novamente nesse ano, com a queda nos índices da Covid-19 e as pessoas podendo se alimentar fora de casa. Por outro lado, a empresa ganhou muitos clientes novos no varejo, em especial nos supermercados.
"A pandemia nos apresentou a muitos novos clientes, consumidores que não nos conheciam. Sem poder se alimentar em restaurantes, essas pessoas buscaram nossos produtos para consumir em casa por serem saudáveis e práticos, com o preparo levando apenas entre 10 e 15 minutos", enfatiza o CEO da Vapza, Enrico Milani.
Localização na prateleira
Essa migração das vendas dos restaurantes para as gôndolas fez com que a Vapza revisse as estratégias no varejo dos 45 produtos que comercializa de cinco linhas: alimentos prontos que precisam apenas de finalização, orgânicos, alimentos que só precisam de aquecimento, porções individuais a recém-lançada linha Marvel para o público infanto-juvenil [ler mais abaixo].
As mudanças foram desde a localização dos produtos nas prateleiras até a abertura de mais pontos de vendas, passando pela própria percepção dos clientes sobre os alimentos da marca.
Milani explica que o primeiro passo foi fortalecer os produtos dentro das próprias lojas em que já eram vendidos. "Esse foi o pulo do gato: percebemos que tínhamos potencial de crescer onde já tínhamos o produto", enfatiza.
A partir do segundo semestre de 2021, a Vapza passou a orientar os varejistas, em especial os supermercados, a disponibilizar os produtos na seção de frutas, legumes e verduras, e não nas gôndolas de produtos industrializados.
"Nossos produtos são uma variação do in natura, vendidos semiprontos. Apesar de serem industrializados, não contêm conservantes e nenhum outro aditivo químico. Por isso não podem estar junto com produtos com aditivos, nas linhas de conservas, para que o consumidor tenha a noção de que é um produto natural", argumenta Milani. "Se no dia que o consumidor for às compras a mandioca vendida pelo próprio supermercado não estiver boa, ele olha para o lado e vê que a Vapza oferece mandioca a vácuo pré-cozida para levar", complementa o CEO.
Mais pontos de venda
Outra ação adotada pela Vapza foi a expansão dos pontos de vendas. Mesmo já atuando em todo os estados, a empresa buscou novas cidades. E também aumentou a distribuição para pequenos estabelecimentos, como empórios, mercadinhos de bairro, lojas de produtos naturais, entre outros.
A ação deu tão certo que o plano é continuar a capilarização. Dos atuais 16 mil pontos de venda em todo o Brasil, a meta é chegar a 25 mil pontos até 2024. "A gente sabe que pode chegar em mais lugares melhorando nossa distribuição", ressalta Milani. "Por isso estamos encorpando mais nossos canais de vendas", complementa.
A Vapza também apostou no marketing, em especial com as crianças. Em novembro do ano passado, a empresa lançou a linha Marvel Avengers, que já vendeu 7 toneladas de alimentos com os super-heróis Hulk, Homem de Ferro, Capitão América, Thor entre outros do grupo Vingadores nas embalagens. "Além de um alimento saudável para as crianças, a marca entrega praticidade aos pais, já que são pratos temperados aquecidos em dois minutos", explica o CEO do grupo.
Nessa expansão, a Vapza aposta no conceito que adota desde que foi inaugurada em 1994: o de alimentação saudável. O qual também ganhou força com as pessoas mais tempo em casa.
"A pandemia reforçou o consciência de alimentação saudável. No começo, as pessoas achavam que ficar em casa era férias e se soltaram na alimentação. Depois perceberam que não dava para ser nesse ritmo e buscaram se alimentar de forma saudável", afirma Milani.
Exportação e certificações
Além do mercado interno, a Vapza também exporta para 13 países, incluindo mercados que exigem certificações especiais, como alimentos halal para muçulmanos e kosher para judeus.
A empresa também possui o certificado BRCGS, título internacional obtido a partir de auditoria de segurança e qualidade no processamento de alimentos. A Vapza também produz alimentos veganos e orgânicos certificados.
"Hoje o consumidor está muito atento ao que come. Essas certificações garantem a qualificação do produto não só ao consumidor interno, mas também para as exportações, nos permitindo entrar em mais mercados, como é o caso dos alimentos halal e kosher", reforça Milani.
Aterro Zero e Reciclagem
Ainda na linha de produção, a Vapza é a primeira indústria de Castro a obter a certificação Aterro Zero. Com isso, a indústria deixou de enviar o resíduo da produção para aterros sanitários. As sobras orgânicas viram compostagem para adubo (68%) e biocombustível para queimar em caldeiras industriais (25%).
O restante é coprocessado ou reciclado. A Vapza tem parcerias com famílias carentes que reciclam e vendem materiais como papel e plástico.
"Esse processo não é de agora na empresa. Mas há dois anos juntamos todos os processos em um só setor. Com isso, instituímos a consciência coletiva nos colaboradores de que todos podem ajudar nesse processo", explica o CEO.
Dentro do Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei federal 12.305/2010), até 2040 praticamente metade de todos os resíduos sólidos urbanos no país terão que ser reciclados ou recuperados, evitando que sejam encaminhados a aterros sanitários.
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