Após semanas em paralisação, a Volkswagen do Brasil tem planos de retomar a produção no país – incluindo a fábrica de São José dos Pinhais – ainda em maio. De acordo com Pablo Di Si, CEO da montadora no Brasil e na América Latina, a retomada dependerá das legislações estaduais de Paraná e São Paulo e será gradual, já que o segmento automobilístico é um dos que têm sido mais afetados pela crise sanitária e econômica.
Segundo a empresa, as fábricas trabalharão em um turno. Antes da pandemia, a fábrica na região metropolitana de Curitiba funcionava em dois. “Não temos uma data exata, pois depende das regulamentações dos estados e do governo federal e da nossa preparação. Da nossa parte, estamos prontos para reabrir em 18 de maio, em um turno de produção”, destaca o presidente.
A desaceleração na produção se dá pela perspectiva de menor consumo de veículos no Brasil e em mercados compradores dos veículos produzidos aqui, como a América do Sul e África. “Precisamos ver qual vai ser o desemprego e a inadimplência no Brasil. Nossa indústria é movida pelo crédito. Precisamos ter a cabeça fria”, informa o executivo. Por enquanto, a tendência é queimar os estoques.
Pablo Di Si diz que a queda já foi sentida. Em março, a Volkswagen brasileira teve crescimento mensal de 4%. Em abril, a retração já bate 14%.
A empresa fez acordo com os sindicatos para layoffs e redução de jornada pelos próximos 90 dias. No Paraná, são mais de 2 mil funcionários nas linhas de montagem e administração.
Sem investimentos
A empresa destaca ainda que pretende renovar um pacote de investimentos neste ano. Recentemente, a Volkswagen injetou R$ 7 bilhões nas suas fábricas, dinheiro que em grande parte foi usado na produção do primeiro SUV da marca, o T-Cross, fabricado em São José dos Pinhais. Com o novo cenário econômico, no entanto, Pablo Di Si diz que é preciso ter “senso de urgência”.
“Estávamos próximos a fazer o anúncio de um novo ciclo de investimentos, mas, infelizmente, isso precisa ser congelado. Nenhuma empresa vai ter caixa para fazer investimentos nos próximos anos. Nós acreditamos no Brasil e continuaremos com algum plano de investimento, não dá para dizer quando”, indica.
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