São nas gavetas mais baixas que a madrinha Malvina guarda as lembranças mais doces da sua mãe. Aproveitamos o feriado para passar uns dias no interior de São Paulo e demos uma passada lá. E desde que começamos a falar sobre o crochê há algumas semanas, nossas conversas em casa acabavam sempre no mesmo assunto: os famosos crochês da madrinha.
Hoje, com seus bem-vividos 86 anos, Malvina ensinou muita gente os movimentos da agulha. Minha avó foi uma de suas pupilas, uma aluna muito dedicada. Anos depois, quem não saía da casa da madrinha era minha mãe. Foram muitas toalhas de mesa, colchas, almofadas e passadeiras feitas com o auxílio dela.
Dos tempos dos fascículos de Mãos Maravilhosas para cá, a decoração da casa mudou muito (é claro). As mesinhas de canto, criados-mudos e armários foram deixando de ter aos poucos as toalhinhas trabalhadas para deixar o lar mais gracioso. A moda da casa mudou, a vida contemporânea nos dá muito menos tempo para passar lustra-móveis e tirar o pó dos crochês da mesa.
Mas, ao mesmo tempo que as tramas foram entrando nas gavetas, a gente foi percebendo que a durabilidade do crochê é muito maior que as toalhas de tecido comum. Você já percebeu que uma peça de crochê pode durar pelo menos uns 50 anos e parecer ainda nova? Boa parte dessas peças que estão nas fotos desse post tem mais ou menos essa idade.
Então a ideia é, se ele pode durar longas décadas, ter o desafio de trazer novamente o crochê para decoração mas desta vez com ares contemporâneos. E por que não propor uma busca por essas peças de família? Assim como a cômoda de madeira maciça, as cadeiras da mesa de jantar, o enxoval da vovó também é um tesouro especial. Não precisa transformar a casa num baú do arco da velha, pequenos detalhes trazem personalidade e resgatam histórias.
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