Datena dá cadeirada em Pablo Marçal durante debate da TV Cultura, neste domingo (15)| Foto: Reprodução/TV Cultura
Ouça este conteúdo

“Inveja diabólica e ódio assassino são os únicos sentimentos na alma de um comunista, sempre camuflados sob uma retórica de belos ideais humanitários.”
(Olavo de Carvalho)

CARREGANDO :)


Vocês, meus sete leitores, em algum momento da vida devem ter participado de uma brincadeira conhecida como “dança das cadeiras”. O jogo consiste em colocar os participantes circulando ao som de uma música em torno de várias cadeiras, sendo que o número de assentos é menos um comparado ao número de participantes. Quando a música para de tocar, os participantes se sentam nas cadeiras; aquele que não conseguir se sentar sai do jogo e mais uma cadeira é retirada. Ao final, restam dois participantes e uma cadeira; o vencedor é o que conseguir se sentar nesta última.

Assim como todas as brincadeiras infantis, a dança das cadeiras faz referência simbólica a alguma realidade da vida humana. Se a cadeira é um símbolo universal do poder, o jogo das cadeiras representa a luta pelo poder. Uma eleição nada mais é do que uma dança que só terá um vencedor quando a música parar. Eis o sentido fundamental da nossa querida democracia.

Publicidade

Neste domingo (15), durante o debate na TV Cultura, Datena deu uma cadeirada em Pablo Marçal. Se a cadeira é o poder e a dança das cadeiras é a eleição, qual seria o sentido da cadeirada? Ora, resposta fácil: a cadeirada representa o poder desafiado, o poder sem limite algum.

Datena, um sujeito que já entrou e saiu de mais de dez partidos, é um personagem coadjuvante do teatro da democracia brasileira

Por vários anos, ele ameaçou ser candidato, mas desistiu na hora H. Agora entendemos o porquê de sua hesitação. Longe do ponto eletrônico e do ambiente controlado do estúdio, ele não passa de uma figura patética e gaguejante, um candidato que tem um nome a zerar na corrida eleitoral. Nada mais justo que ela tenha optado pelo PSDB, o partido que durante tanto tempo encenou o simulacro de democracia hoje mais conhecido como estratégia das tesouras, em que a esquerda finge brigar com a esquerda para garantir a implantação do programa socialista. 

Logo depois da cadeirada, a grande mídia — com a honrosa exceção desta Gazeta — saiu em defesa do agressor, alegando que Marçal havia ofendido a honra de Datena, chamando-o de covarde. Ouviu-se diversas vezes a famosa frase com conjunção adversativa:

— A agressão foi errada, mas...

Publicidade

Mas o quê? A agressão foi errada, mas o Marçal mereceu? Isso me fez lembrar os idiotas que culpam as mulheres vítimas de violência sexual por usarem roupas curtas.  

Misericórdia! Todos os dias, desde que anunciou a intenção de participar da dança das cadeiras em 2018, Jair Bolsonaro era chamado de todos os nomes e acusado dos piores crimes. “Covarde” era um dos xingamentos mais suaves que a esquerda e sua assessoria de imprensa — a grande mídia — lhe dirigiam. Agora imaginem, só imaginem, se Bolsonaro houvesse fraturado a costela de um adversário esquerdista com uma cadeirada durante um debate eleitoral.

Entre os jornalistas presentes, poucos escondiam a sua satisfação com a cadeirada em Marçal, exceto o mediador, que entrou em pânico e soltou uma frase que me fez lembrar o saudoso Flávio Cavalcanti:

— Nossos comerciais, por favor!

Desde o início desta campanha, Pablo Marçal revelou o grande teatro armado em São Paulo e vem apresentando a disputa entre o invasor de propriedades e o prefeito que demitiu servidores não vacinados como uma reencenação do teatro das tesouras.

Publicidade

Goste-se ou não dele, Marçal levou a cadeirada por denunciar essa farsa. Quando ele exorcizou Boulos com a carteira de trabalho e chamou Tabata de “para-choque de comunista”, fez aquilo que a esquerda mais odeia: ser ridicularizada.

Parafraseando Vladimir Tismaneanu, podemos dizer que a esquerda nada mais é do que a organização política do ódio. A cadeirada em Marçal é a consequência desse ódio acumulado. A história ensina: quando os revolucionários se veem acuados, partem para o ataque direto, como se viu nas tentativas de assassinato de Jair Bolsonaro e Donald Trump.

Marçal, porém, não é a única vítima de cadeiradas no Brasil. Vale lembrar que o atual ocupante da Presidência foi tirado da cadeia para ser colocado na cadeira. Ser brasileiro é viver numa eterna dança das cadeiradas.