Ao receber a notícia da queda do ditador Bashar al-Assad, após 53 anos de regime autoritário na Síria, lembrei-me de uma famosa frase proferida pelo líder comunista Lev Trotsky em 25 de outubro de 1917, assim que os bolcheviques tomaram o poder na Rússia:
“Vocês são indivíduos isolados, dignos de piedade. Estão falidos; já representaram seu papel. Vão para o lugar que lhes cabe de agora em diante — a lata de lixo da história!”
Na ocasião, um vitorioso Trotsky se dirigia aos seus adversários políticos, logo após o golpe de estado que levou os comunistas russos ao poder. Nos meses e anos seguintes, tornar-se-ia bem claro o que significava, para os comunistas, jogar os inimigos políticos na “lata de lixo da história”.
Só nos primeiros anos da revolução, os bolcheviques liderados por Lênin e Trotsky fecharam todos os jornais anticomunistas e colocaram na ilegalidade todos os partidos de oposição. Ainda iniciaram uma perseguição implacável aos dissidentes do regime que acabaria por provocar o genocídio de 150 milhões de seres humanos, vítimas do sistema político mais assassino de toda a história.
A censura e a eliminação de adversários constituem não simples ocorrências, mas os princípios básicos do projeto de poder socialista. A propósito, o Partido Baath, ao qual pertence Bashar al-Assad, é uma organização política vinculada ao chamado socialismo árabe.
Ironicamente, doze anos depois de seu famoso discurso, Lev Trotsky foi expulso da União Soviética e acabaria sendo assassinado em 1940 a mando de seu arquirrival Josef Stálin. Trotsky também foi jogado na “lata de lixo da história”.
Esse é, de fato, o destino de todos os que fazem da destruição da sociedade civil e do agigantamento do Estado os seus principais objetivos no exercício do poder
Cedo ou tarde, os ditadores e censores acabarão sendo julgados por um justo juiz.
No Brasil, a prioridade do governo socialista de Lula não é a economia, nem a educação, nem a saúde, nem a segurança — mas a censura. Isso porque, para colocar em prática a agenda de destruição do país, é necessário a qualquer custo impedir a divulgação da realidade.
Na época em que era possível controlar a livre circulação das notícias por meio da classe jornalística majoritariamente esquerdista, os donos do poder podiam realizar os seus projetos sem grandes incômodos.
Agora, quando o monopólio das informações não pertence mais à militância de redação, é preciso destruir as redes sociais e calar a oposição. Não dá mais para segurar a verdade e criar uma oposição fictícia, como aconteceu durante toda a famigerada Nova República.
Com a eleição de Donald Trump, o atual regime PT-STF acelerou o processo de controle social da informação através da censura. Na última semana, três altas autoridades da República — o ministro da Justiça, um membro do Supremo Soviete Federal e o chefe da Polícia do regime — fizeram declarações grotescas que apontam nesse sentido.
Ricardo Lewandowski afirmou em pleno Congresso Nacional:
“Se da tribuna um deputado comete crime contra a honra, seja contra colega ou qualquer cidadão, ele não tem imunidade. Até porque isso inviabilizaria a convivência no Parlamento. O STF já consolidou essa jurisprudência, e os inquéritos da PF consideram esse entendimento. (...) Há limites para tudo, não há nenhum direito absoluto. Nem o direito à vida.”
Ao seu lado, o delegado-chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, emendou:
“Imagina você chegar na tribuna e anunciar venda de cocaína, maconha, crianças... É razoável isso?”
Com essas afirmações bizarras, que não resistem à argumentação de um primeiranista de Direito, o ministro da Justiça e o chefe da PF simplesmente demonstraram que, para eles, o Artigo 53 da Constituição Federal deve ser jogado no lixo.
De quebra, o ministro petista relativizou um bem que não foi criado nem concedido por nenhum homem ou Estado, mas pelo próprio Deus — o direito à vida
No mesmo dia, durante a discussão do Marco Civil da internet — na verdade, um golpe de ativismo judicial para sepultar de vez a liberdade de expressão nas redes sociais — foi a vez de Dias Toffoli, o ex-advogado do PT transformado em ministro do STF, fazer uma comparação absolutamente desprovida de lógica elementar:
“Nós podemos entender que aquilo que aquele policial fez em São Paulo na ponte é uma liberdade de expressão? Se nós levarmos a liberdade de expressão ao absoluto, ele estaria protegido pela liberdade de expressão! (...) O marido que bate na mulher dentro de casa, isso é liberdade de expressão?”
Não foi por acaso que essas falas ocorreram no mesmo dia. Elas mostram a disposição do regime PT-STF em ignorar os limites da razoabilidade para estabelecer o império da censura no Brasil, blindando o governo Lula de todos os golpes que a realidade insiste em lhe desferir.
Felizmente, ainda há vozes no Parlamento capazes de enfrentar esse turbilhão de insanidades. É o caso do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). Na cara do ministro do PT e delegado-chefe da Stasi alexandrina, Van Hattem desafiou-os:
“Se estou fazendo um crime contra a honra, porque o seu chefe da Polícia Federal, diretor Andrei, não me prende agora em flagrante delito? Se é um crime contra a honra que estou cometendo, que me prenda. Mas isso não acontece, porque a covardia age nas sombras”.
Ante as declarações de Lewandowski, Andrei e Toffoli, um grupo de deputados decidiu criar a Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade de Expressão, presidida pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC). É um passo importante, mas precisamos de mais: é urgente criar um Movimento Nacional Contra a Censura, com a participação de amplos setores da sociedade civil.
Porque a censura deve ter o mesmo destino dos ditadores como Lênin, Trotsky, Stálin e Assad: a lata de lixo de história!
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