“Faça-se, cumpra-se, seja eternamente louvada e glorificada a justíssima e amabilíssima vontade de Deus sobre todas as coisas.”
(São Josemaría Escrivá)
Na última sexta-feira (13), em meio às turbulências e absurdos que todos os dias se multiplicam em nosso país, para onde quer que voltemos o nosso olhar, o escritor e comentarista Rodrigo Constantino, colega da Gazeta do Povo, informou publicamente, por meio das redes sociais, ter recebido um pré-diagnóstico de câncer. "Ainda aguardo o resultado da biópsia, mas a probabilidade de eu estar com câncer é de 90%", disse em vídeo. A notícia causou grande consternação entre seus inúmeros leitores, seguidores e amigos, entre os quais eu me incluo.
Acompanho o trabalho do Rodrigo há mais de 20 anos, desde os tempos do Orkut e dos blogs. De uns tempos para cá, frequentemente conversamos por WhatsApp; muitas vezes eu o elogio pela qualidade dos seus textos, que vêm ficando cada vez melhores, unindo coragem, clareza e concisão. Em vários vídeos, ele generosamente cita minhas colunas aqui na Gazeta. Apesar de nossas diferenças — porque, evidentemente, a igualdade absoluta só existe na cabeça de esquerdistas —, nunca tivemos nenhuma discussão mais áspera.
Hoje eu não quero falar de diferenças, mas sobre algo que nos une profundamente: tanto eu como o Rodrigo somos ex-ateus convertidos. Lembro-me da época em que ele manifestava abertamente o seu ateísmo nas redes. Como sou alguns anos mais velho que ele, e me converti antes, pensava comigo mesmo que aquela convicção não resistiria ao tempo. Na verdade, eu me via nele: as mesmas reações, as mesmas negações, os mesmos mecanismos de defesa. Era inevitável; mas eu permaneci calado.
Com o passar dos anos, notei que ele parou de falar no assunto. Certo dia, surpreendi-me quando ele disse que fora à livraria comprar uma Bíblia para sua filha. Pensei: está no papo. Mas, como ele sempre foi muito reservado sobre o assunto, continuei em silêncio.
Alguém já disse que a coragem é uma virtude importante porque garante a existência de todas as outras. Para se converter, é preciso coragem.
Não é um caminho fácil. A partir do momento em que você se dispõe a lutar pela verdade, o mundo se revolta e passa a persegui-lo
Quando me converti, perdi metade dos meus antigos amigos. Alguns apenas se afastaram, mas continuam no meu coração. Outros, no entanto, optaram por um rompimento doloroso e agressivo. Parte dessa história eu conto em meu livro “Nossa Senhora dos Ateus”, cujo tema central é a volta do filho pródigo para Casa.
Creio que a doença do Rodrigo é parte da dor que acompanha todo renascimento em Cristo. E tenho certeza de que essa experiência o tornará ainda mais forte e corajoso para dizer a verdade e enfrentar os poderosos.
De uns anos para cá, todos os brasileiros que defendem a verdade e a liberdade vivem algum tipo de exílio. Alguns, como o Consta, o Allan e a Ludmila, vivem o exílio no sentido literal, geográfico. Mas também há milhares, talvez milhões, que vivem o exílio interno, ameaçados por dizer a verdade, por dizer o óbvio, por insistir que a grama é verde, que o céu é azul, que um homem é um homem, que uma mulher é uma mulher e que um ladrão é um ladrão.
Nesse sentido, Consta, nós somos companheiros de exílio. Tenha certeza de que a sua dor será compartilhada por milhares de amigos. Mas a sua vitória, também.
Sabe quando eu tive a maior prova de sua conversão, Consta? Quando o Olavo morreu. Era 24 de janeiro de 2022, dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos escritores e jornalistas. Você escreveu uma das mais bonitas homenagens ao Olavo, imaginando o seu encontro com ele. Por isso, estou certo de que lá no Céu ele está dizendo com a gente:
— Força, Consta!
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