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Acabamos de festejar o Dia de Reis, que também poderia ser chamado de Dia dos Magos que Enganaram um Rei. Como se sabe, Herodes ficou furioso quando soube que havia sido enganado pelos magos de Oriente, os quais, avisados por sonho, não passaram por Jerusalém e retornaram a seus países por outro caminho.
O ódio e o medo de Herodes eram tão grandes que ele mandou matar os inocentes de Belém, enquanto a Sagrada Família fugia para o exílio. Considerando que a maldade de Herodes continua sendo amplamente imitada em nosso tempo, falemos sobre outro tirano (no caso, o Imperador Calvo) e suas relações com um Império incomensuravelmente maior que o seu — o Complexo Industrial da Censura criado pelo Deep State norte-americano.
Não precisam se preocupar, meus sete amigos leitores. Eu sei que o Imperador Calvo proibiu quaisquer comemorações acerca dos acontecimentos de 8 de janeiro. Se Vossa Calvície ordenou, quem sou eu, um mero cronista de sete leitores, para desobedecer?
Não comemorarei, nem rememorarei, nem festejarei, nem esconjurarei, nem exorcizarei a arruaça daquele domingo à tarde transformada pela narrativa oficial em tentativa de golpe de estado por perigosos terroristas armados até os dentes com bíblias, terços e batons.
Respeitarei o interdito, embora todos estejam carecas de saber que ele só vale para os brasileiros direitos e de direita: esquerdistas e bajuladores do Regime PT-STF podem comemorar a data à vontade, até mesmo se quiserem dar um abraço simbólico — um abraço de tamanduá — na inexpugnável deusa democracia.
Meu propósito aqui é falar sobre o avesso do 8 de janeiro: aqueles fatos gravíssimos que os Gargantas da mídia tentam ocultar a qualquer preço e que ficaram, por assim dizer, encobertos pela narrativa da ditadura.
Dias atrás, vários desses fatos vieram à tona por meio de uma entrevista de Mike Benz a Joe Rogan, apresentador de um dos mais famosos podcasts dos Estados Unidos. Para quem não sabe, Mike Benz foi chefe da divisão de informática do Departamento de Estado norte-americano durante o primeiro mandato de Donald Trump e hoje está à frente da Foundation for Freedom Online, uma instituição que se dedica a promover a liberdade e combater a censura na internet.
Entre os fatos apontados por Benz em sua impressionante entrevista, está a criação de um gigantesco aparato nas entranhas do governo americano — o chamado Deep State — para promover a censura e a perseguição de conservadores (que eles chamam de “populistas de direita”) no mundo inteiro.
Essa imensa máquina — que já foi chamada de Complexo Industrial da Censura, mas também poderíamos denominar Ministério da Verdade — tornou-se, segundo Mike Benz, uma metástase de proporções colossais, com tentáculos em amplos setores do governo americano, tais como o Pentágono, a CIA, o Departamento de Estado, a USAID, o Fundo Nacional para a Democracia, o Departamento de Segurança Interna (Homeland Security), o FBI e o Departamento de Justiça.
Mas não termina por aí. Esse aparato governamental opera em conjunto com uma extensa rede de ONGs, fundações internacionais, centros de pesquisa e especialistas, para não falar na grande mídia e nas universidades.
Para se ter uma ideia, só nos Estados Unidos, 100 universidades mantêm centros de censura (disfarçados de “núcleos de combate à desinformação”). “Em seu novo mandato, Trump terá um enorme desafio pela frente: desmontar essa estrutura”, afirma Benz.
Todo esse Complexo Industrial da Censura foi montado e aperfeiçoado a partir das vitórias eleitorais de Trump em 2016 e de Jair Bolsonaro em 2018
Benz revela que o objetivo principal da máquina censora era impedir que as pessoas se comuniquem livremente on-line e evitar novas vitórias da direita conservadora. Esse esquema, atualmente, abrange 140 países e é totalmente financiado pelo governo dos Estados Unidos.
E onde é que entra o 8 de janeiro nisso tudo? Como eu disse, pelo seu avesso. Toda a narrativa do 8 de janeiro foi montada para encobrir o verdadeiro golpe de estado no Brasil, que consistiu na tomada do poder pelo consórcio PT-STF.
Apenas quatro dias depois da eleição de Jair Bolsonaro, um vasto aparato de manipulação da internet começou a operar no Brasil, com objetivo de derrubar o governo ainda nem empossado!
Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, um braço da CIA denominado Center for Effective Public Policy Studies (CEPS), com financiamento e coordenação da agência americana, trabalhou incessantemente para criar a estrutura de censura que envenenou o processo eleitoral brasileiro e garantiu a derrota de Bolsonaro em 2022 para um ex-presidiário condenado por corrupção e lavagem de dinheiro por nove juízes em três instâncias da Justiça.
E adivinhem quem foi — e continua sendo — o principal operador deste esquema no Brasil, conforme Benz? Ele mesmo: o Imperador Calvo. Sua Calvície transformou o Supremo Soviete Federal e Soviete Superior Eleitoral em máquinas de censura e perseguição a adversários do sistema.
A exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos em 2020, a grande mídia e as universidades se uniram ao grande esquema de censura e perseguição.
O resultado é o que nós estamos vendo hoje: um regime ditatorial que está destruindo o país e vampirizando todas as forças da sociedade.
Mas eu não poderia encerrar esta crônica sem mencionar o que aconteceu na véspera de 8 de janeiro — no caso, ontem. O proprietário da Meta (empresa do Facebook e do Instagram), Mark Zuckerberg, anunciou que vai desmontar a máquina de censura estruturada ao longo dos últimos anos em suas redes sociais.
Em um impressionante mea-culpa, Zuckerberg afirmou: “Governos e Governos e mídia tradicional pressionaram por mais censura. Então, criamos vários sistemas complexos para moderar conteúdo. Mas o problema com sistemas complexos é que eles erram. Mesmo que censurem só 1% dos posts por engano, isso afeta milhões. E chegamos a um ponto com erros e censura demais. As eleições recentes parecem um marco cultural. Voltaremos às raízes: reduzir erros, simplificar políticas e restaurar a expressão livre”.
O criador do Facebook também disse com todas as letras algo que certamente calou fundo na alma e no fígado dos nossos atuais ditadores: “Países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos silenciosamente [das redes sociais]. A única forma de combater essa tendência global é com o apoio do governo dos Estados Unidos”. Vocês, meus sete leitores, pensaram em alguém?
Pouco antes da entrevista de Zuckerberg, o ocupante da Presidência da República disse que o Globo de Ouro para a atriz Fernanda Torres veio em boa hora, e mencionou a proximidade do 8 de janeiro: O Brasil merecia isso. E sobretudo isso acontecer para você faltando dois dias para a gente fazer o ato em defesa da democracia […] Quero ver se a gente consegue transformar 2025 em um ano defesa da democracia, contra a extrema-direita e contra os fascistas”.
Pelo jeito o efeito será o oposto, Lula: o mundo está descobrindo que o Brasil foi vítima de um golpe e vive sob uma ditadura.
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Conteúdo editado por: Aline Menezes