“Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho.”
(Ap 12, 3-4)
Na semana passada, o Ministério Público da Bahia instaurou um inquérito para apurar denúncia de racismo contra a cantora Claudia Leitte. Segundo os denunciantes — a iyalorixá Jaciara Ribeiro e o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras —, a artista teria incorrido em “ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana”, com possibilidade de responsabilização criminal.
O crime de Claudia Leitte teria sido o de substituir o nome de Iemanjá pelo nome de Jesus (na forma hebraica Yeshua) em um verso da canção “Caranguejo”. Note-se que a cantora não criticou nenhuma religião, não promoveu segregação cultural, não atacou ou prejudicou ninguém — apenas pronunciou a palavra Yeshua durante uma performance artística, fazendo valer a sua liberdade de crença e a sua liberdade de expressão, direitos que lhe são assegurados pela Constituição Federal e, mais do que isso, foram inscritos no coração do homem pelo próprio Deus.
Recentemente, no Brasil, um ministro da Justiça, que virou ministro do STF, e um ministro do STF, que virou ministro da Justiça, fizeram declarações estarrecedoras e bastante similares sobre direitos fundamentais.
Em maio de 2023, durante reunião com representantes das redes sociais, quando ainda estava no governo federal, Flávio Dino disse: “Acabou o tempo de liberdade de expressão absoluta no Brasil, está sepultado”. Dias atrás, Ricardo Lewandowski soltou uma das frases mais escandalosas da história do Congresso Nacional: “Nenhum direito é absoluto, nem o direito à vida”.
O inquérito contra Claudia Leitte e as falas de Dino e Lewandowski ilustram perfeitamente a visão de mundo do regime PT-STF: um mundo em que os direitos à palavra, ao pensamento, à fé e à própria vida — direitos que não foram concedidos por nenhum Estado, mas pelo Criador de todas as coisas — são espezinhados e descartados conforme a vontade dos donos do poder.
Na manhã desta segunda-feira, antevéspera de Natal, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente (Conanda) mostrou mais uma vez que vivemos em uma ditadura, onde os direitos mais fundamentais podem ser cancelados a qualquer momento, ao capricho daqueles que ocupam cargos de mando.
Por 15 votos a 13, os membros do Conanda aprovaram uma amaldiçoada resolução que não apenas permite, mas torna obrigatório, o assassinato de bebês nos ventres de gestantes menores de 14 anos, sem a necessidade de consentimento dos pais, até o nono mês de gestação.
De acordo com a resolução, o Conselho Tutelar tem a obrigação de reportar os casos de gravidez em menores de 14 anos e dar início a um procedimento de aborto, independentemente das circunstâncias em que esses bebês foram gerados.
Isso equivale a assinar uma sentença de morte para cerca de 15 mil bebês por ano no Brasil, com a adoção de métodos como a assistolia fetal, uma dolorosíssima prática de tortura proibida até mesmo em animais. Em outras palavras, o Conanda aprovou um genocídio — e o que é pior, um genocídio contra as mais indefesas de todas as vítimas.
É importante ressaltar que os conselheiros do Conanda não foram eleitos por ninguém. Eles foram indicados pelas tais “organizações representativas da sociedade civil”, totalmente dominadas pela extrema-esquerda, ou então nomeados pelo desgoverno Lula, o qual já deixou bem clara a sua posição favorável ao aborto desde que passaram as eleições presidenciais.
Já no dia 2 de janeiro de 2023, a ministra da Saúde — uma socióloga marxista abertamente favorável à legalização do aborto — retirou a assinatura do Brasil de todos os tratados internacionais em defesa da vida firmados durante o governo Bolsonaro.
A encenação dos votos contrários à resolução por parte dos indicados pelo governo não engana ninguém: essa medida jamais deveria sequer ter sido colocada em votação! Todos os que permitiram a votação dessa matéria terão as mãos sujas do sangue dos inocentes. Em russo, a palavra para designar conselho é soviete.
O Conanda não passa de um soviete não-eleito, sem legitimidade alguma, mas dedicado a impor sua agenda maligna à sociedade
Como bem definiu o historiador polonês-americano Richard Pipes, o governo soviético é aquele que se põe a destruir o seu próprio povo. Com a sua resolução genocida, o Conanda declarou guerra ao povo cristão do Brasil.
Por falar em cristianismo, é necessário registrar que a resolução da morte só pôde ser aprovada pela ausência dos representantes de entidades religiosas que integram o Conanda: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Federação Brasileira das Associações Cristãs de Moços (ACM) e Inspetoria São João Bosco (Salesianos). Omissão e vergonha!
A Rússia soviética foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto, em 1920, por um decreto de Vladimir Lênin, provavelmente redigido pela líder feminista Aleksandra Kollontai. Nos anos seguintes, a Rússia se tornou a pátria do aborto.
Em meados dos anos 60, inacreditáveis 75% das gravidezes no país comunista terminavam em aborto — e até hoje a Rússia é um dos países com o maior número de abortos, mesmo com as tentativas de reverter o quadro.
O aborto é o responsável pelo maior genocídio de todos os tempos — maior até mesmo que o comunismo. Só na China, entre 1979 e 2015, quando vigorou a chamada “política do filho único” — calcula-se que 350 milhões de bebês foram assassinados, na maioria meninas.
A resolução do Conanda é uma tentativa vil e traiçoeira de estabelecer esse império da morte em nosso país.
Os defensores do aborto não estão preocupados com a saúde ou a integridade de nossas crianças — o seu objetivo é liberar o assassinato de bebês em qualquer circunstância e garantir a impunidade de carniceiros travestidos de profissionais que realizam essa prática.
Não por acaso, esse golpe está ocorrendo às vésperas do nascimento de Jesus — Aquele cujo nome a serpente odeia com todas as forças. O que vimos hoje foi o bote da serpente contra a Terra de Santa Cruz. Oremos.
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