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“Em um ambiente onde existe a competição saudável entre pessoas, equipes e organizações, é natural que ocorram maiores incentivos para a excelência de resultados, bem como para a inovação”, diz o relatório do Ranking de Competitividade dos Estados Brasileiros de 2022. A competitividade é natural no setor privado, já no público, é preciso criar incentivos e contar com a dedicação dos gestores públicos para que os resultados apareçam. Os incentivos do setor público não são favoráveis à inovação. E, quanto mais competitivo um estado consegue ser, melhores costumam ser as condições de vida e os serviços públicos ofertados à população: mais desenvolvimento, melhor educação, mais oferta de trabalho.

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Um índice que mede a competitividade dos estados é um bom instrumento para reconhecer estados mais competitivos, que ofertam serviços mais eficientes à população. Há menos de 15 dias das eleições, o índice é também um bom indicador que merece atenção antes das pessoas decidirem quais números digitar na urna. O ranking é um levantamento do CLP (Centro de Liderança Pública), que leva em consideração 86 indicadores em 10 pilares. Os pilares são: segurança pública, sustentabilidade social, infraestrutura, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, inovação, potencial de mercado e sustentabilidade ambiental.

Ranking de Competitividade dos Estados de 2022

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UF       Posição no Ranking

SP                   1°

SC                  2°

PR                  3°

DF                   4°

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MT                  5°

RS                  6°

MS                  7°

MG                 8°

GO                  9°

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ES                   10°

RJ                   11°

PB                   12°

CE                  13°

AL                   14°

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PE                   15°

AM                  16°

BA                   17°

TO                  18°

RO                  19°

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RN                  20°

SE                   21°

RR                  22°

PA                   23°

AC                  24°

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PI                    25°

MA                  26°

AP                   27°

São Paulo é o estado número 1 no ranking deste ano. Embora tenha mantido sua posição do ano passado, São Paulo ainda enfrenta desafios em solidez fiscal, capital humano e potencial de mercado. Já nos pilares de educação e infraestrutura, São Paulo conquistou o primeiro lugar. E também conquistou a 2ª posição nos pilares de sustentabilidade ambiental e inovação.

E apesar da colocação geral, onde São Paulo, Santa Catarina e Paraná ocupam o pódio (1º, 2º e 3º lugares, respectivamente), os grandes destaques do índice deste ano são Rio de Janeiro e Roraima, os Estados que mais ganharam posições em relação ao ano anterior. O Rio de Janeiro subiu da 17ª para a 11ª posição. Já Roraima, saiu da última posição, a 27, para o 22º lugar. O Amapá é quem ocupa agora o último lugar do ranking, e os seus maiores desafios são educação e inovação, onde o estado também ocupa os últimos lugares no ranking e zerou suas notas. A melhor posição do Amapá é em potencial de mercado, onde o estado garantiu o terceiro lugar.

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Os incentivos do setor público não são favoráveis à inovação. E, quanto mais competitivo um estado consegue ser, melhores costumam ser as condições de vida e os serviços públicos ofertados à população: mais desenvolvimento, melhor educação, mais oferta de trabalho

O Paraná alcançou nota máxima em sustentabilidade ambiental. Já Santa Catarina garantiu o lugar número 1 em segurança pública, eficiência da máquina pública e sustentabilidade social. O Rio Grande do Sul tirou o primeiro lugar em inovação. A região sul apresenta bons indicadores de maneira geral, assim como as regiões que dividem o pódio dos melhores estados, mas a partir do 4º lugar, os números começam a ser preocupantes.

O Ranking de Competitividade dos Estados também representa quatro propostas prioritárias para os gestores e a população. 1. Ferramenta de avaliação da Administração Pública: o índice é um sistema de avaliação da gestão pública. Serve para a população avaliar a gestão do seu estado. 2. Sistema de incentivo para os líderes públicos: como o índice mede o desempenho de pilares como segurança pública, infraestrutura e educação, ele incentiva que líderes busquem inovações e melhorias em cada pilar ou indicador avaliado.

3. Promoção de boas práticas: o índice traz referências e comparações com os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que servem de referência para os estados buscarem boas práticas internacionais para os seus respectivos contextos. 4. Diagnosticar e eleger prioridades: como ferramenta de gestão, o índice fornece “as bases para um diagnóstico preciso e auxilia os líderes públicos na construção de políticas públicas assertivas, além de auxiliar empresas e empreendedores a destinar seus investimentos para as localidades mais adequadas”.

Considerando as consequências da pandemia, os dados do ranking abrem uma discussão pertinente para as semanas que antecedem a escolha, ou “contratação”, de novos governantes. Com as notas, os cidadãos podem mensurar melhor o desempenho de seus estados e cobrar melhores resultados. Se os resultados são ruins, é bom pensar em mudar o governante e os membros do parlamento que apoiam o governo mal-sucedido. Em vez de apenas ter a percepção de que a segurança pública não vai bem, por exemplo, o cidadão pode apontar a posição exata do seu estado no pilar de segurança pública do ranking, e cobrar de seu governante com mais propriedade.

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Por isso, seria bom se estudos como o Ranking de Competitividade dos Estados fossem popularizados entre os cidadãos, para que eles pudessem fazer cobranças mais assertivas aos seus governantes. O caminho para um futuro de crescimento requer mais eficiência e competitividade no setor público, mais “cultura de resultado” entre os órgãos públicos e mais liberdade para o setor privado poder produzir e gerar negócios. Nossos estados vivem reféns de ineficiências que justificam resultados como os do Amapá. Um estado com nota zero em educação, consequentemente, terá mais dificuldade para melhorar os outros pilares no futuro. Subir posições — em qualquer ranking — requer trabalho e esforço daqueles que não querem políticas públicas populistas, e, sim, aquelas que são eficientes e geram valor para todos os cidadãos. Estados mais competitivos oferecem serviços mais eficientes e condições de vida melhores. Olhe o ranking e pense bem antes de votar!

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]