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Pedro Lupion

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A 1ª Cúpula Agroglobal da América do Sul: avanços e desafios para o setor agropecuário

Plano Clima: Brasil corre risco de assumir compromissos inalcançáveis

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Nos dias 14 e 15 de outubro de 2024, Brasília recebeu a 1ª Cúpula Agroglobal da América do Sul, evento de grande importância que reuniu legisladores e líderes do agronegócio de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Sob a coordenação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), do Instituto Pensar Agro (IPA) e da Fundação Barbechando, da Argentina, a cúpula discutiu a cooperação internacional e as políticas que podem impulsionar o setor agropecuário na região.

Temas cruciais como inovação, competitividade e práticas sustentáveis, e a relevância da integração das agendas legislativas para enfrentar os desafios globais marcaram os debates. Especialmente em um contexto de mudança climática e do aumento da demanda por alimentos, ponto estratégico para o Brasil. A união dos países da região pode levar a políticas mais eficazes que garantam a segurança alimentar e energética, fundamentais para um desenvolvimento sustentável do agronegócio.

Um dos principais focos da cúpula foi o panorama atual do setor, um dos pilares das economias sul-americanas. As exportações agropecuárias da Argentina, por exemplo, alcançaram um crescimento de 19% em 2024, num total de US$ 24 bilhões no 1º semestre, apesar dos desafios enfrentados, como a falta de acordos comerciais e a alta carga tributária. As cadeias agroindustriais mostraram sua importância, e foram responsáveis por 60% das receitas do país.

A união dos países da região pode levar a políticas mais eficazes que garantam a segurança alimentar e energética

Importante destacar que, daqui do Brasil, estamos exportando o nosso modelo de integração entre a sociedade civil organizada e o parlamento para garantir que o bloco possa ter uma representatividade maior diante das discussões regulatórias e comerciais no globo. Entre outubro de 2023 e setembro de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro chegaram a US$ 166,19 bilhões, um aumento de 1,8% em relação ao período anterior. Só no primeiro trimestre de 2024 atingimos US$ 37,44 bilhões, um recorde para o período.

Discutimos também a necessidade de inovação e adaptação às exigências do mercado internacional, que valoriza cada vez mais a sustentabilidade. Os participantes enfatizaram que o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o agro pode resultar em melhorias significativas, na produção e na competitividade. Neste quesito, novamente o Brasil segue na liderança. Temos 66% do território nacional preservado, com 30,2% da vegetação preservada em propriedades rurais.

Outro ponto central do evento foi a troca de experiências entre os países participantes. As delegações discutiram a importância de compartilhar boas práticas e conhecimentos, a fim de fortalecer a cooperação regional. A colaboração entre os países é fundamental para superar barreiras que limitam o crescimento do agronegócio em nível regional e para se adaptar às novas exigências globais.

A Fundação Barbechando - muito parecida com o Instituto Pensar Agro, think tank brasileiro de suporte de inteligência e dados à Frente Parlamentar da Agropecuária - desempenhou papel vital na organização da cúpula, ao promover o diálogo entre diferentes partidos políticos e entidades do agronegócio do país. 

A ideia é fomentar um ambiente de colaboração que possibilite a elaboração de leis e políticas públicas que favoreçam o crescimento do setor agropecuário na Argentina e em toda a América do Sul. A comitiva trouxe mais de 30 parlamentares argentinos e paraguaios para o intercâmbio com os integrantes da FPA no Brasil, um marco para o nosso setor.

Ao final do evento, aprovamos a Carta de Brasília que, como produto da 1ª Cúpula Sul-Americana AgroGlobal no Brasil, expressa o compromisso dos signatários em atender às necessidades alimentares globais e promover a segurança alimentar mundial. Os países participantes, incluindo Argentina, Brasil, Chile e Paraguai, reconhecem a importância do setor agropecuário na luta contra a fome e na transição energética, além de sua contribuição essencial para a mitigação das crises alimentares. 

O documento destaca ainda a necessidade de fortalecer a resiliência da produção agropecuária, garantir o acesso a tecnologias sustentáveis e promover a inclusão de pequenos produtores no mercado global. A carta reafirma a importância da cooperação contínua entre as nações para enfrentar os desafios do setor, com respeito a princípios como a representatividade dos produtores e a base em evidências científicas​ no debate sobre sustentabilidade.

A 1ª Cúpula Agroglobal da América do Sul não apenas reforçou a importância do agronegócio na economia dos países participantes, mas também destacou a necessidade urgente de uma colaboração mais estreita entre nós. A integração das políticas e a troca de experiências são essenciais para garantir que a região permaneça competitiva no cenário global, enfrentando os desafios do equilíbrio entre as questões ambientais e as crescentes necessidades alimentares da população mundial.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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