Hoje escrevo do Japão, do outro lado do mundo. País maravilhoso, moderno e inovador.
Integro a comitiva brasileira a convite da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que realiza o comércio de aves e suínos do Brasil.
O grupo tem o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro à frente, bem como representantes da pasta. Além de integrantes da Apex Brasil, responsável pela promoção de nossos produtos aqui fora, e do Ministério de Relações Exteriores.
Também estão conosco colegas da FPA, os deputados Sérgio Souza e Luiz Nishimori, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), representantes da Embrapa e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Antes do Japão, passamos pela Coreia do Sul. Nos dois países, o mesmo objetivo: trabalhar pelo desenvolvimento de mercados para proteína animal brasileira e resolver gargalos.
O principal deles é a questão da regionalização da influenza aviária, aproveitando as tratativas para alterar o modelo de Certificação Sanitária Internacional para exportação de carne de aves ao Japão.
A proposta mais recente reduz a área de restrição, em caso de ocorrência da influenza aviária, de estado para município ou para um raio de 10 km do foco, como ocorre em outros lugares do mundo.
É preciso ter a compreensão de que vivemos num país de dimensões continentais, que precisa ser tratado em blocos ou áreas geográficas específicas. Do contrário, os prejuízos serão incalculáveis.
Importante ressaltar que, em 2022, o Brasil foi o segundo maior exportador de carne de frango para o Japão - 39% do total. Por outro lado, os japoneses são o 3º maior destino consumidor do frango brasileiro no mundo, com 420 mil toneladas.
Já nos ovos, o Brasil enviou 27 mil toneladas para a terra do sol nascente. Nosso país é o 8º principal exportador. Em sentido contrário, assim como no frango, o Japão é o 3º maior destino dos ovos do Brasil.
Também é prioridade para a comitiva, especialmente para nós, do Paraná, o reconhecimento do nosso estado, além do Acre e do Rio Grande do Sul, como áreas livres de febre aftosa sem vacinação.
A Organização Mundial de Saúde Animal já reconheceu os três estados, mas isso não se estende aos países que exigem esse status ao importarem, como o Japão.
Se houver o reconhecimento, o Paraná, o Acre e o Rio Grande do Sul, terão uma janela importante para exportar proteína suína a um dos principais importadores do produto.
O mercado japonês já recebeu 27 mil toneladas de carne suína brasileira, e que só no primeiro semestre de 2023, teve um aumento de 49% em relação ao mesmo período do ano passado – de 12,2 mil toneladas para 18 mil toneladas.
Também é missão da comitiva abrir mercados para bovinos, bem como fomentar os que já existem para aves e suínos também na Coreia do Sul. Em Seul, tivemos reuniões com representantes do setor de produção de alimentos, e com responsáveis pela parte de defesa sanitária.
Um trabalho que, se gerar os resultados esperados, dará aos produtores rurais brasileiros ainda mais motivos para se desenvolver, aperfeiçoar a produção, inovar e desenvolver o campo brasileiro.
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