Estarrecida, perplexa e revoltada. Eu poderia acrescentar centenas de adjetivos para tentar explicar como a população do campo se sente no momento em que se deparou com a fala de um ministro de Estado, que afirma de maneira descabida, que o cometimento de crime é instrumento legítimo para a efetivação de uma política pública. Dito de maneira pública, em jornal de repercussão nacional. A nítida garantia de que o crime compensa.
A gravidade de uma afirmação como essa resultaa em não outra forma de ação, a não ser a de entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o ministro de Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, por apologia e incitação ao crime, tipificações previstas no Código Penal Brasileiro.
A representação se baseia em entrevista dada pelo ministro ao jornal O Globo, publicada no último domingo (12). Nela, o citado ministro afirma que as invasões de propriedades privadas ocorridas recentemente no Brasil, ou seja, o reiterado cometimento dos crimes de esbulho possessório, por movimentos sociais, pode ser definido como: "eles fizeram uma pressão legítima e tiveram uma resposta do governo".
Ora, vejam só. Agora a solução para se ter o que quer, e o que bem entende, não passa mais pelo caminho das leis e do diálogo. É a violência. E a população brasileira achando que para se promover paz, justiça social, políticas públicas e um futuro digno para a sociedade, deveríamos usar das demandas e indicadores sociais.
A cada semana o setor agropecuário se depara com um absurdo diferente. Quando achamos que chegamos no limite, o governo cava um pouco mais do poço sem fim de bizarrices.
Agora a solução para se ter o que quer, e o que bem entende, não passa mais pelo caminho das leis e do diálogo. É a violência
Distribuem, por ministérios, a função de mentir e atacar o agro brasileiro. Uma semana é na Educação, na outra. no Desenvolvimento Agrário, na outra é a Fazenda que deixa de cumprir promessas com o seguro rural.
Mais um episódio que causa desespero no campo e leva à total insegurança jurídica e física ao interior do Brasil. Sem contar, por óbvio, os conflitos que se avizinham com afirmações como essas.
Vamos lutando, no bom sentido, mesmo que o ministro responsável pela correta forma de implementação da política pública de reforma agrária, ache que a saída é a selvageria e a criminalidade. O crime compensa para alguns.
Para quem está ao lado do trabalho, dos produtores rurais e da população do campo, o que recompensa é comida na mesa do brasileiro. Enquanto isso, seguiremos combatendo com legislação qualquer tentativa de fragilização do direito de propriedade no Brasil.
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